
04/11/2025
Criada há mais de 100 anos pelo filósofo austro-húngaro Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, a Agricultura Biodinâmica tem como base a concepção de que cada elemento do ecossistema desempenha papel crucial na produção agrícola. Esse foi o primeiro movimento de agricultura regenerativa, orgânica e agroecológica a surgir de forma organizada no Ocidente, mas ainda é desconhecido por muitas pessoas – inclusive por quem se interessa em encontrar maneiras mais sustentáveis de cultivar alimentos.
Para ampliar o conhecimento sobre esse tipo de cultivo, a videomaker paulistana Ruth Slinger em parceria o músico e agricultor Raphael Vasconcelos Balboni, conhecido como Raphael Arcänjo, idealizaram e lançam nessa terça-feira, dia 4 de novembro, o documentário Biodinâmicas.
O objetivo é mostrar o impacto e um panorama da Agricultura Biológica Dinâmica, suas influências e traçar um retrato das formas de agricultura praticadas atualmente no Brasil. Resgata a dimensão solidária na economia, tema tão urgente em um mundo cada vez mais assolado pelas mudanças climáticas.
Realizado por meio de incentivo a projetos culturais da Lei Rouanet e patrocínio da Indaco, o Documentário Biodinâmicas será lançado no site oficial biodinamicas.com.br e pelo Youtube @biodinâmicas. A página no Instagram abriga conteúdos com mais informações.
A Agricultura Biodinâmica utiliza várias técnicas criadas pelo Dr. Rudolf Steiner em 1924 com base na Antroposofia, a ‘ciência do espírito’. Entre estas técnicas está a preparação de compostos orgânicos especiais e homeopáticos, o uso de técnicas de plantio e colheita em momentos específicos dos ciclos planetários e zodiacais.
Considera-se o terreno como um organismo vivo, no qual a interação entre solo, plantas, animais e seres humanos é fundamental para o sucesso do sistema auto-sustentado. Não concebe o uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos sintéticos, mas o uso de práticas de manejo integrado, como a rotação de culturas, adubação verde e integração de animais, uso de cristais e plantas medicinais e órgãos animais (como os chifres das vacas), a utilização de cobertura vegetal e mais.
O trabalho agrícola segue os ritmos da natureza, das estações e constelações. As fases lunares e os movimentos cósmicos orientam o plantio, a poda e a colheita, em sintonia com o tempo da Terra como organismo vivo.
Cada ser (solo, plantas, animais e o agricultor) faz parte de um mesmo corpo. Quando há equilíbrio surge a saúde da terra. O conceito de organismo agrícola é uma grande contribuição para pensar a individualidade de cada sítio ou fazenda.
Ruth Slinger e Raphael Arcänjo entrevistaram agricultores, pesquisadores e pessoas de comunidades espalhadas pelo Brasil e pelo mundo que adotam a prática da Agricultura Biodinâmica. Entre os locais visitados estão Ilhéus, Itacaré, Uruçuca e Serra Grande, na Bahia, Parque do Zizo e UOAEI em São Miguel Arcanjo, Botucatu, Iperó e Itaberá, no estado de São Paulo.
Eles também participaram recentemente da 3ª Conferência Internacional de Pesquisa Biodinâmica entre 31 de agosto e 4 de setembro de 2025 na Royal Agricultural University, em Cirencester, no Reino Unido, que teve como tema “The Whole and Its Parts” (O Todo e Suas Partes).
Esse encontro reuniu pesquisadores, agricultores e instituições de 46 países, promovendo trocas de experiências e aprofundando o diálogo científico sobre os avanços da Agricultura Biodinâmica e suas práticas sustentáveis em diferentes contextos e culturas. Durante o evento foram entrevistadas profissionais que desempenham papéis significativos na promoção da Agricultura Biodinâmica e da pesquisa relacionada.
No Brasil, foram entrevistados João Volkmann, (engenheiro agrônomo, produtor biodinâmico brasileiro e sócio fundador da Associação de Agricultura Biodinâmica do Sul), Peter Webb, (australiano e Permacultor, facilitador de cursos práticos, vivências de ecopsicologia aliada ao budismo tibetano), entre outros.
Fonte: CicloVivo
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