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25/07/2024
A cocaína identificada em tubarões no Rio de Janeiro vem, principalmente, do esgoto sanitário, explicam os pesquisadores. Ou seja, da urina de usuários.
Para o estudo, foram analisados 13 tubarões da espécie bico-fino retirados do mar na zona oeste da capital, no bairro do Recreio dos Bandeirantes. Todos eles tinham resquício de cocaína.
Os pesquisadores apontam que esses animais não fazem migração. Ou seja, não estiveram em outras regiões e, por isso, a contaminação aconteceu na costa carioca. A principal hipótese é que a quantidade tenha chegado pelo esgoto, tanto depois de tratado, quanto por descarte ilegal.
"A pessoa quando consome a cocaína, ela metaboliza e isso é depois descartado, principalmente, na urina. O sistema de esgoto não é preparado para tratar cocaína, então isso acaba caindo no mar. Quando não chega de forma direta, com o descarte irregular." — Rachel Ann Hauser-Davis, uma das autoras da pesquisa.
Segundo a Polícia Federal, a presença de cocaína vem aumentando nos últimos anos no Brasil. Entre os anos de 2021 e 2023, autoridades apreenderam 109,2 toneladas da droga -- boa parte dela em portos. O número em circulação, no entanto, pode ser muito maior.
Foi, justamente, pela alta circulação de cocaína no país que os pesquisadores decidiram pela análise.
Rachel explica encontraram nos animais, além de cocaína, a benzoilecgonina, que é produzida com o metabolismo da droga no corpo humano. A substância foi identificada em concentrações três vezes maior que a da cocaína, o que ajudou a encontrar o caminho da droga.
"Os metabólitos foram encontrados em proporções três vezes maior. Então, sim, a maior causa de contaminação é pelo descarte no mar do esgoto com fluídos humanos", explica.
A pesquisa foi feita por um grupo do Instituto Oswaldo Cruz. Eles coletaram 13 tubarões de barcos de pesca no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre setembro de 2021 e agosto de 2023.
Em laboratório, a equipe testou tecido muscular e hepático (fígado) para saber se havia a droga nos animais.
O achado é que, além de a droga ter sido detectada em todos os animais, ela ainda foi encontrada em um número 100 vezes maior do que resquícios encontrados em outras espécies animais em pesquisas anteriores.
Para além disso, a maior quantidade da droga estava nos músculos e não no fígado do animal. Como o órgão faz parte do processo metabólico, a expectativa é que os índices fossem maiores. Essa resposta, segundo os pesquisadores, é um alerta sobre a quantidade de droga no mar em contato com a vida marinha.
Os animais que testaram positivos seriam comercializados para a alimentação. Ou seja, poderiam entrar em contato com humanos.
A pergunta que fica é: isso pode ser prejudicial à saúde humana? A resposta é sim, mas a proporção do risco ainda é um ponto a ser estudado.
“Vale lembrar que tubarões muitas vezes são comercializados irregularmente com o nome popular de cação. Já encontramos diversos metais tóxicos em cações e raias, que também são vendidas e consumidas. Agora, detectamos cocaína em tubarões”, explica Rachel Ann Hauser-Davis, que também participou do estudo.
Para além disso, o resultado reforça a contaminação do mar com a droga, que é tóxica para moluscos, crustáceos e peixes ósseos. Sendo assim, um risco também para a biodiversidade.
Fonte: g1
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