
25/09/2025
Temperaturas extremamente altas comprometem a saúde, desestabilizam a sociedade e paralisam infraestruturas. O mundo conseguirá se adaptar a essa tendência? Pessoas em todo o mundo estão enfrentando temperaturas escaldantes causadas pelas mudanças climáticas.
No Brasil, o inverno nem terminou, e a sexta onda de calor do ano deve atingir nos próximos dias o Centro-Oeste, Nordeste e Norte, além de áreas do Sudeste e do Sul, como o interior de São Paulo e de Minas Gerais e o norte do Paraná.
No verão europeu deste ano, as mudanças climáticas fizeram triplicar o número de mortes decorrentes do calor, segundo uma análise publicada nesta semana por pesquisadores do Imperial College e da Escola de Higiene e Medicina Tropical, ambas situadas em Londres.
Das 24,4 mil mortes causadas por calor neste ano no continente, 68% provavelmente (16,5 mil) não teriam ocorrido se ondas de calor extremo não estivessem cada vez mais frequentes, apontam os especialistas.
As ondas de calor são o tipo de clima extremo mais mortal em todo o mundo, com centenas de milhares de pessoas morrendo todo ano por causas relacionadas ao calor. Entre os mais vulneráveis estão pessoas com mais de 65 anos, mulheres grávidas, crianças e pessoas com doenças crônicas ou pré-existentes.
As primeiras ondas de calor no início da estação são particularmente mortais, pois as pessoas geralmente estão menos preparadas e seus corpos ainda não se acostumaram às temperaturas mais altas.
Existem três riscos físicos principais associados às ondas de calor: desidratação, superaquecimento, e exaustão por calor e insolação.
O calor intenso não afeta apenas o corpo, mas também perturba a sociedade como a conhecemos. A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência) afirma que uma em cada cinco crianças —cerca de 500 milhões no total— vive em áreas que têm pelo menos o dobro de dias extremamente quentes por ano em comparação com seis décadas atrás. Muitos não têm infraestrutura, como ar-condicionado, para ajudar a lidar com o calor.
Em maio, o Paquistão passou por uma onda de calor em todo o país, com temperaturas chegando a 45 °C na província mais populosa do país, Punjab. Várias outras reduziram o horário escolar ou anteciparam as férias de verão. Ondas de calor também interromperam as aulas no Sudão do Sul e nas Filipinas este ano.
Da mesma forma, o calor extremo afeta o horário de trabalho das pessoas. Alguns países nas regiões mais quentes do mundo tradicionalmente fazem uma pausa depois do almoço para a sesta. Agora, outros em locais normalmente mais frios também estão discutindo como gerenciar o horário de trabalho quando as temperaturas sobem demais.
Infraestruturas como estradas, ferrovias e pontes são afetadas pelo calor excessivo. Superfícies de estradas de asfalto padrão, que não são feitas para climas quentes, tendem a formar sulcos e podem literalmente derreter, enquanto trilhos ferroviários podem entortar e pontes podem se expandir e deformar.
Conclua a leitura desta reportagem clicando na Folha de S. Paulo
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