UERJ UERJ Mapa do Portal Contatos
Menu
Home > Atualidades > Notícias
Desmatamento já responde por 75% da perda de chuva na Amazônia, aponta estudo

04/09/2025

Quase 75% da redução das chuvas na estação seca da Amazônia desde 1985 pode ser atribuída ao desmatamento.
É isso o que aponta um novo estudo publicado nesta terça-feira (2) na revista "Nature Communications".
De forma geral, a pesquisa reforça como a derrubada da floresta tem um peso maior na diminuição das precipitações no bioma do que as mudanças globais no clima.
Ainda segundo o trabalho, assinado por cientistas brasileiros e estrangeiros, a floresta deixou de receber pelo menos 15,8 milímetros de chuva por estação seca devido ao avanço do corte raso.

🌱 ENTENDA: Desmatamento por corte raso é a remoção completa da cobertura florestal (todas ou a maioria das árvores) de uma área específica em um curto espaço de tempo.

No mesmo período, a temperatura máxima na superfície do ar subiu em torno de 2 °C, sendo que 16,5% desse aumento está ligado diretamente ao desmatamento e o restante às mudanças globais no clima
"A Amazônia sempre foi conhecida por altos volumes de chuva, mesmo na estação seca, entretanto, encontrar algo em torno de 75% realmente é, para mim, muito surpreendente", afirma ao g1 Marco Aurélio de Menezes Franco, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP) que liderou o estudo.
"Este resultado mostra o quão importante é preservar a floresta e trabalhar com ela da forma mais sustentável possível", acrescenta.
Segundo Franco, as mudanças no regime de chuvas e no calor acontecem de forma mais brusca logo no início da destruição da floresta.
O estudo mostra que basta a perda de 10% a 40% da cobertura vegetal para que as alterações fiquem evidentes.
Esse comportamento rápido, explica ele, está ligado à delicadeza do sistema amazônico: a vegetação produz partículas que ajudam a formar nuvens e chuvas.
Quando a mata é retirada, esse ciclo se rompe.
Ainda segundo o estudo, os impactos de todo esse desmate vão muito além da floresta. Franco destaca que a Amazônia abastece o continente com umidade por meio dos chamados “rios voadores”, correntes de vapor d’água que se formam sobre a mata e seguem para regiões agrícolas no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil.
Ao diminuir esse fluxo, o desmatamento atinge em cheio setores como o agronegócio. “E o agronegócio já sente esses efeitos no bolso, especialmente na diminuição da produtividade das safras, mas especificamente das safrinhas [um cultivo secundário realizado logo após a safra principal ]”, explica.
Fora isso, os rios da região também sofrem com a redução das chuvas. A tendência é de níveis cada vez mais baixos, o que afeta desde a biodiversidade aquática até comunidades que dependem da pesca e da agricultura de subsistência.

Para Franco, os “impactos, de forma geral, serão tremendos se o desflorestamento não for controlado”.

Termine de ler esta matéria clicando no g1

Novidades

Novos registros da onça-pintada no RJ mostram o felino se refrescando em rio

18/12/2025

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em parceria com o projeto Aventura Animal, registrou, no úl...

Lupo inaugura loja construída com tijolos 100% de resíduos têxteis

18/12/2025

O Brasil descarta cerca de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, segundo a consultoria...

Zona Leste de SP ganha pontos para descarte de tintas e latas

18/12/2025

O Programa Retorna Tinta, da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), foi ampliad...

Nova Lei da Agricultura Urbana de Curitiba segue para sanção

18/12/2025

A Câmara Municipal de Curitiba concluiu a análise do projeto cujo objetivo é modernizar a Lei da Agr...

Através de felinos, projeto monitora ameaças ao pampa, bioma menos protegido do Brasil; veja fotos

18/12/2025

Nos vastos campos no sul do Brasil, paisagem que costuma ser representada por trabalhadores rurais, ...

Comunidades tradicionais do Bico do Papagaio alertam para recuo dos rios Tocantins e Araguaia

18/12/2025

Em meio a debates sobre a real dimensão das mudanças climáticas e conferências como a COP30 para dis...