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Polinização pode gerar R$ 4,2 bilhões ao agro paulista

07/08/2025

Cerca de 75% das safras de frutas e sementes para a alimentação humana dependem da polinização e as abelhas desempenham um papel fundamental nesse processo. No Estado de São Paulo, um estudo quantifica quantifica o impacto econômico da polinização na agricultura paulista: a recuperação estratégica de vegetação nativa pode elevar o PIB agropecuário do estado em até R$ 4,2 bilhões por ano. Isso porque essa ação tem como consequência a atração e manutenção de espécies polinizadoras.
Utilizando imagens de satélite e análise pixel a pixel, os pesquisadores Rafael Chaves e Eduardo Moreira mapearam áreas agrícolas e fragmentos de vegetação nativa, identificando oportunidades para ampliar a polinização — serviço ecossistêmico essencial para cultivos como soja, laranja e café.
Foram mapeadas as áreas agrícolas (demanda de polinização) e as áreas de vegetação nativa (oferta de polinização), avaliando o fluxo de polinizadores na paisagem. Isso permitiu avaliar o efeito que a restauração ecológica ao redor dessas lavouras teria no aumento desse fluxo, sem a necessidade de suprimir a produção agrícola, mas pelo contrário: intensificando essa produção sem ampliar a área de cultivo.
Essa abordagem permite identificar áreas estratégicas, como margens de rios, fragmentos e bordas de propriedades, que podem ser recuperadas para ampliar a oferta de polinizadores e beneficiar a produtividade das lavouras.
Segundo o estudo, a restauração da vegetação nativa em áreas agrícolas poderia aumentar em até R$ 4,2 bilhões anuais o Produto Interno Bruto (PIB) paulista. A presença de matas, cerrados e campos próximos aos cultivos amplia a presença e diversidade de polinizadores, sobretudo abelhas, aumentando a quantidade dos frutos e grãos cultivados, mas também seu o tamanho e qualidade.
O trabalho também identificou desafios para a implementação prática do serviço, como a homogeneidade das paisagens agrícolas em regiões críticas, como o Médio Paranapanema. Nessa região, extensos monocultivos de soja em paisagens com insuficiente vegetação.
A boa notícia apontada no estudo é que essa limitação poderia ser mitigada com o aumento da polinização a partir da restauração de ecossistemas e adoção de práticas amigáveis a polinizadores.
Apenas com as lavouras de soja, laranja e café, os ganhos seriam de R$ 1,4 bilhão, R$ 1 bilhão e R$ 660 milhões anuais, respectivamente. Outros cultivos permanentes (como goiaba, abacate e manga) poderiam somar mais R$ 280 milhões, enquanto temporários (como tomate, amendoim e feijão) responderiam por um acréscimo de R$ 820 milhões.
“Esses números demonstram como as soluções baseadas na natureza podem beneficiar simultaneamente a agricultura, a renda dos produtores e a proteção da biodiversidade”, afirmou Rafael Chaves, que também é vice-diretor do Biota Síntese pela Semil e coautor do estudo.

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