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Câmaras climáticas criam futuro em miniatura que mostram as ameaças para a saúde dos igarapés da Amazônia

07/08/2025

As mudanças climáticas e a poluição por microplásticos podem afetar diretamente a biodiversidade de fungos aquáticos dos igarapés amazônicos. Esses micro-organismos são invisíveis aos nossos olhos, mas cumprem um papel central ao decompor folhas e garantir o fluxo de nutrientes nos ambientes de água doce.
Com menos fungos, há uma menor decomposição dos igarapés, o que significa menos nutrientes disponíveis na água, menos alimento para organismos aquáticos, e consequentemente, alterações em toda a cadeia alimentar. Isso afeta desde insetos até peixes e pode impactar indiretamente atividades como a pesca, a segurança alimentar de muitas comunidades (na Amazônia, o peixe é uma das principais fontes de proteína para grande parte da população) e até o abastecimento de água.
A perda da biodiversidade de fungos aquáticos pode gerar problemas no ciclo do carbono e na qualidade da água. Eles são como os recicladores do ecossistema: quando eles não funcionam bem, o ciclo de nutrientes é comprometido, o que pode afetar toda a vida aquática.
Isso é o que mostrou um novo estudo realizado por cientistas da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Realizada no projeto ADAPTA II (Adaptações da Biota Aquática da Amazônia, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA) e intitulada Climate change and microplastic effects on conidial fungal assemblages associated with leaf litter in an Amazonian stream, a pesquisa foi publicada na revista científica Science of The Total Environment (STOTEN).
O estudo foi conduzido em câmaras climáticas experimentais, que é uma infraestrutura única no Brasil, localizada em Manaus (AM), que simula os cenários futuros de temperatura e concentração de gás carbônico (CO₂), além de diferentes níveis de contaminação por microplásticos.
Na pesquisa, criamos um “futuro em miniatura” para entender como os micro-organismos que mantêm os igarapés funcionando vão reagir às mudanças que já estão em curso. A pesquisa traz lições importantes para o debate climático global, especialmente em um momento em que a Amazônia se prepara para sediar a COP 30 em novembro de 2025.
Diferente da maioria dos estudos que usam valores fixos de temperatura e CO₂, essas câmaras climáticas registram e atualizam esses parâmetros em tempo real, com base nos dados coletados em um fragmento de floresta urbana em Manaus. Isso nos permite simular de forma muito mais precisa o que poderá acontecer nos igarapés amazônicos sob mudanças climáticas.
Nessas câmaras, observamos como as espécies da região reagem fisiológica, ecológica e comportamentalmente ao aquecimento global, contribuindo com dados fundamentais para a formulação de políticas públicas para a conservação da biodiversidade.
Os fungos estudados na pesquisa são conhecidos como fungos conidiais. Eles decompõem as folhas que caem na água provenientes da vegetação ripária (a vegetação que circunda os riachos), reciclam nutrientes e sustentam toda a cadeia alimentar aquática.
Para entender como esses organismos respondem às ameaças ambientais, simulamos três cenários climáticos. O primeiro é o controle, com as condições ambientais que estamos vivendo no momento, utilizando os valores em tempo real de temperatura e CO2.
O cenário intermediário tem uma temperatura aumentada em 3,3°C, enquanto a concentração de CO2 sofre um aumento de +702 partes por milhão por volume (ppmv) sobre os valores do cenário de controle, que é baseado na concentração de CO2 da floresta urbana que monitoramos e que tinha, em média, 386 ppmv.

A matéria na íntegra pode ser lida no g1

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