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Invasão de algas marinhas provoca mau cheiro em praias do Caribe

07/08/2025

O mar em frente à loja de mergulho Ocean Frontiers em Grand Cayman, a maior das Ilhas Cayman, geralmente é cristalino. Mas recentemente o azul cintilante transformou-se em marrom turvo. Como grande parte do Caribe, a ilha foi engolida pelo sargaço, uma alga flutuante.
Às vezes, as algas se estendem por 30 metros a partir da costa. Elas fazem emperrar hélices de barcos e estragam paisagens de praias de areias brancas. O pior de tudo, diz Evan Verreault, gerente da loja, é o cheiro. O sargaço em decomposição libera um fedor de ovos podres.
O sargaço é nativo do oceano Atlântico. Foi documentado no século 15, quando Cristóvão Colombo avistou manchas dele no Mar dos Sargaços. Normalmente a planta permanecia em alto-mar, fornecendo um habitat flutuante para a vida marinha. Mas, em 2011, satélites detectaram um vasto cinturão dessas algas estendendo-se do Caribe à África Ocidental.
As florações têm crescido a cada verão (do Hemisfério Norte) e cada vez mais algas chegam à costa. Somente em maio, estima-se que 38 milhões de toneladas de sargaço apareceram no Caribe e em partes vizinhas do Atlântico. Os cientistas ainda não têm certeza do que exatamente está impulsionando esse aumento. Eles suspeitam que seja o aquecimento climático e o aumento da poluição derivada de atividades agrícolas.
As algas prejudicam o turismo, a pesca e a vida selvagem. No México, remover as algas custa entre US$ 300 mil (cerca de R$ 1,6 milhões) e US$ 1,5 milhão (R$ 8,4 milhões) por quilômetro de praia. Os caules duros e espinhosos danificam equipamentos de pesca e reduzem o volume pescado.
O acúmulo de sargaço também impede que tartarugas cheguem aos locais de nidificação e aprisionam filhotes em sua primeira, e perigosa, corrida para o mar. Além disso, os gases criados pelo sargaço em decomposição são tóxicos: no mês passado, várias escolas à beira-mar na Martinica foram forçadas a fechar depois que os níveis de sulfeto de hidrogênio e amônia dispararam.
Algumas empresas querem ajudar. Uma delas, chamada Seafields, desenvolveu um sistema para capturar a maré de algas antes que ela chegue à costa, usando imagens de satélite e drones para rastrear os movimentos do sargaço. Antes que chegue à terra, eles o cercam em "currais" flexíveis em águas abertas que o mantêm vivo (e sem o cheiro ruim) até que possa ser recolhido usando redes ou esteiras transportadoras especiais.
A Seafields diz que está fechando contratos com hotéis em várias ilhas do Caribe para proteger suas praias. Os currais podem até ser um atrativo para resorts, diz John Auckland, chefe da empresa, já que as algas flutuantes atraem vida marinha. "São ótimos para fazer snorkel nas proximidades deles", afirma.
Também pode haver oportunidade para lucrar com a colheita e processamento do sargaço. Algas cultivadas como o kelp já são usadas em bioplásticos, biocombustíveis e ração animal. Algumas empresas estão apostando que o sargaço pode ser igualmente útil.
A BioPlaster, uma empresa mexicana de materiais, desenvolveu uma alternativa à base de sargaço para papel filme e sacolas plásticas. A empresa prefere algas coletadas no mar, mas também ajuda comunidades costeiras a encontrar maneiras de lucrar com o que já chegou à costa.
Por enquanto, o sargaço é muito imprevisível para ser uma matéria-prima viável. Mas se a colheita da Seafields e de outras empresas semelhantes puder ser ampliada, o problema malcheiroso do Caribe poderá ser transformado em uma indústria limpa e verde.

Fonte: Folha de S. Paulo

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