
05/08/2025
Um novo material, feito a partir de pó doméstico coletado com aspiradores, deu origem a um par de chinelos criado por Rahat Rai, graduado pela Universidade Ravensbourne. O projeto, intitulado Done & Dusted, demonstra o uso “significativo” que pode ser dado ao lixo comum de nossas casas.
Concluído durante o último ano de estudos de Rai na Ravensbourne University, em Londres, o projeto se concentra na sustentabilidade por meio da inovação de materiais. A ideia central é reduzir a dependência de novos recursos identificando usos alternativos para o lixo — neste caso, o pó doméstico, um subproduto presente em todos os lares e normalmente descartado sem questionamento.
“Eu queria virar o roteiro do avesso”, afirmou Rai. “As pessoas limpam e jogam fora sem pensar. Decidi explorar o potencial de transformar esse lixo abundante e negligenciado em matéria-prima utilizável para criar algo novo.”
Rai coletava pó de aspiradores e o filtrava, removendo os detritos maiores, mas mantendo intactos os resíduos emaranhados. Combinando fibras, cabelos e pó, ele criou um material em folha usando o processo de feltragem, tradicionalmente aplicado à lã crua.
Para resolver questões de higiene, o designer aqueceu o composto a 200°C, matando esporos de mofo, ácaros e bactérias. O resultado foi um feltro frágil, solto e sujeito a desfiar. Para torná-lo mais resistente, ele aplicou um padrão de costura no estilo ripstop, além de usar látex nas bordas e na sola moldada dos chinelos, que trazem o título do projeto estampado.
O objetivo era criar algo “significativo” e com aplicação prática, ainda que simbólica. “Foi aí que o chinelo entrou em cena — um produto profundamente ligado ao conforto, ao aconchego e ao lar. Parecia poético: algo que mantém a poeira longe dos seus pés, agora feito do próprio pó.”
Embora os protótipos de pantufas não resistam ao uso diário, eles cumprem seu papel de demonstrar o potencial do material, como foi feito na exposição New Designers, voltada a criativos emergentes.
O verdadeiro foco de Done & Dusted, segundo Rai, é o desenvolvimento deste material em si, que ele considera cheio de possibilidades. “Como as pessoas geram poeira diariamente, esse ele é quase personalizado, refletindo seu estilo de vida, hábitos ou as coisas que você fez recentemente.” A proposta é transformar um resíduo negligenciado em um recurso valioso, estendendo sua utilidade além dos aterros sanitários.
Rai planeja continuar os testes e explorar melhorias — como adicionar cor ou incorporar lã de descarte para torná-lo mais resistente. Ele também considera parcerias com empresas de limpeza ou hotéis para garantir fornecimento de matéria-prima, além de buscar colaborações com empresas interessadas em usar o produto em setores como embalagens ou móveis.
Fonte: CicloVivo
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