
01/07/2025
Pesquisadores estão explorando soluções inovadoras e sustentáveis para combater o declínio acelerado dos recifes de corais no mundo, e duas novas tecnologias promissoras chamam a atenção: uma “tinta” que atrai larvas de coral e um probiótico que combate uma das doenças mais letais já registradas nesses ecossistemas marinhos.
Uma equipe da Universidade da Califórnia desenvolveu um revestimento chamado SNAP-X, que pode aumentar em mais de 20 vezes a fixação de larvas de corais em superfícies submarinas. A tecnologia foi inspirada nas chamadas algas coralinas crostosas (ACC), algas rochosas de coloração rosada que liberam sinais químicos naturais no oceano e atraem larvas de coral para se assentarem.
O SNAP-X é uma biotinta transparente infundida com metabólitos derivados das ACC, liberando lentamente esses compostos na água por até um mês. Aplicado em rochas ou estruturas artificiais, o material cria um ambiente “convidativo” para a fixação de corais, essencial para a restauração de recifes.
Testes em ambientes que simulam o oceano mostraram que larvas da espécie Montipora capitata, comum no Havaí, fixaram-se 20 vezes mais em substratos tratados com SNAP-X do que em superfícies sem o revestimento. A eficácia aumentou ainda mais quando a concentração de metabólitos foi ampliada.
Como algumas espécies de corais se reproduzem em ciclos sazonais sincronizados, os cientistas recomendam aplicar o SNAP-X durante a desova natural, potencializando o recrutamento genético e promovendo maior diversidade e resiliência ecológica.
O SNAP-X não contém organismos vivos, o que pode facilitar sua aprovação para uso em larga escala. “Esperamos desenvolver tecnologias para restaurar não apenas o ecossistema, mas também as estruturas naturais que protegem nossas costas contra ondas e tempestades”, afirma o líder da pesquisa, Dr. Daniel Wangpraseurt.
Enquanto isso, um estudo liderado pelo Smithsonian revelou que probióticos bacterianos podem ser aliados poderosos no combate à doença da perda de tecido de corais pétreos (SCTLD, na sigla em inglês), que vem devastando recifes do Caribe desde 2014.
Assim como o intestino humano, os corais possuem microbiomas complexos. Os pesquisadores identificaram uma cepa probiótica chamada Pseudoalteromonas sp. McH1-7, proveniente de corais naturalmente resistentes à SCTLD, e a utilizaram para reforçar as defesas de colônias mais vulneráveis.
Após seis anos de testes em laboratório e no mar, a aplicação do probiótico em colônias infectadas retardou significativamente a propagação da doença, sem prejudicar os microrganismos nativos. Os testes de campo foram realizados em um recife raso perto de Fort Lauderdale, onde os probióticos foram administrados em uma solução de água do mar contida em sacos plásticos — formando pequenos “miniaquários” ao redor dos corais.
Até então, o tratamento padrão contra SCTLD consistia em aplicar uma pasta de amoxicilina, eficaz apenas temporariamente e com risco de gerar resistência bacteriana. O novo método com probióticos, por outro lado, busca promover proteção duradoura, integrando as bactérias benéficas ao microbioma coralino.
Embora os testes mais ao sul, como nos Florida Keys, tenham mostrado resultados mistos — provavelmente devido a variações regionais da doença —, os cientistas estão otimistas quanto à adaptação do tratamento para diferentes áreas do Caribe.
“Os corais são naturalmente ricos em bactérias, e estamos tentando descobrir quais podem tornar seus microbiomas ainda mais fortes”, explica a Dra. Valerie Paul, cientista-chefe da Estação Marinha Smithsonian e coautora do estudo publicado na Frontiers in Marine Science.
Fonte: CicloVivo
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