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China reduz carbono impulsionada por renováveis

27/05/2025

Pela primeira vez, o aumento da produção de energia renovável na China levou à redução das emissões de carbono, mesmo diante do crescimento acelerado desta demanda. O feito representa um marco importante na transição energética chinesa, segundo análise de Lauri Myllivirta, analista-chefe e co-fundadora do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), publicada pelo site Carbon Brief.
“O crescimento da geração de energia limpa ultrapassou tanto a média atual quanto a de longo prazo da demanda por eletricidade, reduzindo o uso de combustíveis fósseis”, afirmou Myllivirta no relatório. “Esta queda marca a primeira vez em que o fator decisivo é o crescimento das fontes limpas.”
De acordo com o levantamento, a demanda total de energia na China subiu 2,5% no primeiro trimestre de 2025, enquanto a geração de energia térmica — principalmente a partir de carvão e gás — caiu 4,7%.
Apesar de ser a maior emissora de gases de efeito estufa do mundo, a China mantém as metas de atingir o pico de emissões até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060, conforme lembrou o jornal Bangkok Post. O país já lidera globalmente em capacidade instalada de energia renovável, tendo construído quase o dobro do volume de instalações solares e eólicas do que o restante do mundo somado, segundo pesquisa divulgada em 2024.
Myllivirta destacou que a expansão das capacidades solar, eólica e nuclear levou a uma redução de 1,6% nas emissões de carbono no primeiro trimestre de 2025. As emissões do setor elétrico caíram ainda mais, com um recuo de 5,8%, compensando parcialmente o aumento das emissões decorrentes do uso de carvão pelas indústrias química e metalúrgica.
“O fornecimento de eletricidade a partir das novas fontes renováveis foi suficiente para reduzir a geração a carvão, mesmo com o aumento da demanda — uma situação inédita, já que quedas anteriores estavam associadas ao fraco crescimento econômico”, explicou Myllivirta. Ele alertou, no entanto, que as emissões permanecem apenas 1% abaixo do pico mais recente, o que significa que qualquer retomada do crescimento pode levar a um novo recorde.
Apesar dos avanços, a China ainda está “significativamente longe” de alcançar sua meta de reduzir em 65% a intensidade de carbono — relação entre emissões e PIB — até 2030, conforme compromisso assumido no Acordo de Paris. Myllivirta observou que o rumo futuro das emissões chinesas dependerá das tendências setoriais e da resposta do país a fatores externos, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump.
Enquanto a China se firma como líder em energia limpa, o carvão ainda desempenha papel importante em sua matriz. Em 2024, o país iniciou a construção de novos projetos de carvão que devem gerar 94,5 gigawatts — cerca de 93% do total mundial, conforme relatório do Global Energy Monitor e da CREA. Parte dessa capacidade servirá como reserva estratégica.
Dados de abril de 2025 mostraram esse dado, de que, pela primeira vez, a capacidade de geração solar e eólica da China superou a térmica. Segundo Myllivirta, as emissões podem já ter atingido o pico não apenas no setor elétrico, mas também no consumo de derivados de petróleo e nas indústrias de aço e materiais de construção.
“Esses setores respondem por mais de 80% das emissões de CO2 relacionadas a combustíveis fósseis na China. Porém, ainda há incertezas e risco de recuperação a curto prazo”, alertou Myllivirta. “Há potencial para que as emissões continuem caindo e para que o país alcance reduções substanciais nos próximos cinco anos. Contudo, decisões políticas contrárias podem facilmente provocar uma retomada do crescimento das emissões até 2030”, concluiu.

Fonte: CicloVivo

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