
06/05/2025
O Museu do Jardim Botânico do Rio de Janeiro preparou uma programação diversificada e inspiradora para maio, mês em que se celebra o Dia Internacional dos Museus (18/05) e o Dia da Mata Atlântica (27/05). Com oficinas criativas, visitas educativas e atividades sensoriais, o Museu convida o público de todas as idades a refletir sobre a conexão entre natureza, cultura e sociedade.
A Mata Atlântica é tema da exposição temporária do museu que propõe aos visitantes uma experiência de imersão no bioma onde vivem cerca de 70% dos brasileiros. A mostra “Mata Atlântica: in-finitos encantos” combina ciência e arte para revelar a riqueza desse bioma. Além disso, chama a atenção para a diversidade de ecossistemas presentes no bioma, de norte a sul do país, e seus desafios socioambientais.
“Essa exposição desempenha um papel fundamental ao despertar o encantamento dos sentidos, promovendo uma conexão emocional com a natureza. Inspirada na visão de Charles Darwin, a experiência sensorial transporta o público para um estado de maravilhamento, onde cada detalhe do bioma revela sua complexidade e beleza”, afirma Marinez Ferreira de Siqueira, diretora da Escola Nacional de Botânica Tropical e gestora do Conselho Curador do Museu do Jardim Botânico. “Esse encantamento se torna um poderoso instrumento de educação ambiental ao transformar visitantes em agentes de mudança, fortalecendo o compromisso do Jardim Botânico com a preservação da biodiversidade brasileira”, completa.
A jornada começa com a ativação de sentidos: sons, cores e demais sensações devem estar aguçadas, assim como as de quem caminha pela mata. Por entre palavras, imagens, materiais biológicos e mapas, o público é apresentado aos diferentes ecossistemas que compõem a Mata Atlântica. Já na segunda sala, o público é recebido pela voz inconfundível da atriz e ativista ambiental Dira Paes, que faz um convite à reflexão. No final do percurso a exposição convoca à ação, atribuindo a cada um de nós um papel de protagonismo na preservação. Assim, após ter passado por florestas, manguezais, restingas e campos de altitude – sem sair da Mata Atlântica –, o visitante põe as mãos para um ato que parece simples, mas que ajuda a salvar todo um bioma: plantar sementes de espécies nativas. As mudas que germinarem serão coletadas pelo Jardim Botânico do Rio e serão doadas para organizações parceiras.
Uma visita educativa à instalação artística Utopia Botânica está marcada para o dia 4 de maio. Desenvolvido por Fernanda Froes especialmente para o Museu do Jardim Botânico, o projeto recria poeticamente uma floresta fragmentada de pau-brasil (Paubrasilia echinata). Símbolo da Mata Atlântica, essa espécie esteve à beira da extinção no período colonial devido à intensa exploração de seu pigmento vermelho e permanece ameaçada atualmente.
Inspirada nas ideias de utopia e paraíso presentes em “Utopia” (1516), de Thomas Morus, e “Visão do Paraíso” (1959), de Sérgio Buarque de Holanda, a instalação resgata a imagem de um território idealizado e perdido por meio de painéis duplos feitos de pedaços de tela de algodão tingidos à mão e costurados com fios igualmente tingidos com pau-brasil. Toda a coleta é feita de forma sustentável, a partir de podas de árvores.
“Resgatei técnicas e receitas antigas para brincar com os pigmentos e mostrar uma floresta diversa, não só em cores, mas também em formas. Cada peça tem um formato, além de componentes e tons diferentes que remetem, não só ao pau-brasil, mas à imensa diversidade de plantas presentes na Mata Atlântica”, explica a artista plástica.
O público ainda poderá participar de atividades como Arte e Natureza: Flores em Argila, jogos botânicos, oficinas sobre abelhas nativas, pigmentos naturais e rodas de conversa sobre biodiversidade e cultura popular. Outro destaque é a oficina sensorial Semear, voltada para bebês de até três anos. Entre os dias 12 e 18, o Museu integra a 23ª Semana Nacional de Museus, ampliando o diálogo sobre o papel dos museus em tempos de transformação social e ambiental.
As atividades são gratuitas, com vagas limitadas por ordem de chegada. Uma oportunidade para conhecer um pouco mais sobre a biodiversidade brasileira e celebrar o futuro dos museus em um dos espaços verdes mais emblemáticos do Rio.
Inaugurado em 2024, o Museu do Jardim Botânico é fruto da parceria entre o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Shell Brasil e o idg – Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Com visitação gratuita, seu acervo inclui a exposição de longa duração Muito mais que um jardim, com oito experiências interativas sobre conservação da biodiversidade. O Museu também recebe mostras temporárias que conectam arte e ciência, além de oferecer oficinas, palestras e atividades educativas. Conta ainda com uma sala de leitura, onde o público pode explorar livros e acessar digitalmente raridades da Biblioteca Barbosa Rodrigues.
Fonte e serviços: CicloVivo
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