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Compostagem passa a ser obrigatória em Nova York

06/05/2025

A cidade de Nova York deu início, oficialmente, à implementação de seu programa de compostagem obrigatória. A partir de abril, todos os moradores passaram a ter de separar os resíduos orgânicos com o objetivo de diminuir o volume de lixo destinado a aterros sanitários e reduzir as emissões de gases de efeito estufa geradas por ele. A proposta é redirecionar a matéria orgânica para um sistema de compostagem separado.
A nova regra exige que a compostagem na calçada seja realizada em toda a cidade, com coleta no mesmo dia destinado à reciclagem. Os moradores devem descartar restos de alimentos, resíduos de jardim e outros materiais orgânicos em lixeiras marrons fornecidas pela prefeitura, ou em recipientes próprios, devidamente identificados e com capacidade máxima de 200 litros.
O Departamento de Saneamento da cidade destacou que o programa foi desenhado para ser simples e acessível. “Os nova-iorquinos clamam há anos por um programa de compostagem na calçada que seja normal”, afirmou Joshua Goodman, porta-voz do departamento. “Sem regras especiais, sem dias de folga, sem idas e vindas… apenas um serviço de saneamento regular e fácil de usar.”
Para garantir o cumprimento da nova exigência, a cidade iniciou a aplicação de multas aos proprietários que não fizerem a separação correta dos resíduos orgânicos. Donos de imóveis com até oito unidades residenciais estão sujeitos a multas entre US$ 25 e US$ 100. Já os responsáveis por prédios maiores podem receber penalidades de até US$ 300 em caso de reincidência.
Segundo dados da prefeitura, quase 2.000 multas foram emitidas somente na primeira semana de abril. Desde outubro de 2024, os fiscais vinham distribuindo apenas advertências por escrito, mas agora as sanções passaram a ser aplicadas de forma oficial.
Alguns moradores expressaram preocupação com o caráter punitivo da medida. “Minha preocupação é que, em vez de realizarmos campanhas de conscientização, estamos focando em espalhar medo”, declarou Lou Reyes, defensor da compostagem, em entrevista ao portal Grist.
Apesar das controvérsias, os dados iniciais indicam que o programa está surtindo efeito. A coleta de material compostável no início de abril atingiu 2,5 milhões de libras, um salto expressivo em comparação com as 737 mil libras recolhidas no mesmo período do ano anterior.
Ainda assim, ativistas ressaltam que a fiscalização precisa ser acompanhada por ações de educação e conscientização. Cidades como São Francisco, onde a compostagem é obrigatória há mais tempo, alcançaram sucesso por meio do engajamento da população. “A principal ferramenta que usamos é a educação”, explicou Joseph Piasecki, do Departamento do Meio Ambiente de São Francisco. “Ligamos, conversamos, colocamos a mão na massa e perguntamos: ‘Como podemos ajudá-lo a ter sucesso?’”
Outro ponto sensível é o destino do material orgânico coletado. Parte dele é transformada em biogás — um processo que, segundo críticos, ainda gera emissões e pode deixar resíduos que acabam sendo destinados para aterros. Uma fração vai para a Unidade de Compostagem de Staten Island, enquanto quantidades menores são encaminhadas a centros de compostagem localizados fora do estado.
Em contraste, cidades como Los Angeles e a própria São Francisco utilizam o composto produzido como fertilizante em áreas agrícolas, o que contribui para a melhoria do solo e diminui ainda mais a dependência de aterros sanitários.
A obrigatoriedade da compostagem representa um passo significativo para Nova York no fortalecimento de suas políticas de sustentabilidade e na tentativa de elevar sua taxa de compostagem, atualmente em torno de apenas 5%. No entanto, o avanço ainda enfrenta resistências.
Um projeto de lei foi apresentado na Câmara Municipal com o objetivo de revogar a medida, segundo informou a emissora de televisão PIX11. Por outro lado, defensores da compostagem estão pressionando as autoridades para que aumentem os investimentos em educação comunitária e assegurem mais transparência sobre o destino final dos resíduos orgânicos.
Embora o programa ainda esteja em fase inicial, é evidente que Nova York pretende ir além. Os próximos passos serão cruciais para determinar se a cidade será capaz de criar uma cultura de compostagem sólida e duradoura.

Fonte: CicloVivo

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