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Precisamos de mais observadores da natureza no Brasil, diz diretor de app que almeja ser atlas da biodiversidade

29/04/2025

Tem gente que relaxa fazendo cruzadinha e sudoku, mas Scott Loarie gosta mesmo é de identificar caranguejos no computador.
O biólogo californiano é diretor-executivo de um dos maiores projetos de ciência cidadã do mundo, o iNaturalist, uma espécie de rede social para quem é apaixonado por natureza.
Na plataforma, usuários sem formação acadêmica enviam observações do mundo natural, como fotografias de plantas e insetos, e uma comunidade de cientistas e naturalistas ajuda a verificar ou identificar as imagens. O resultado é uma das maiores bases de dados gratuitas de biodiversidade.
"Fazia muitas caminhadas antes de ter filhos, ia muito longe e observava muita coisa [para a plataforma]. Era bem intenso", disse Loarie à Folha após uma apresentação no TED 2025, em Vancouver, em abril.
"Agora que fico mais em casa, faço mais identificações [das fotos que os usuários mandam]. E aleatoriamente me especializei em caranguejos", continuou, rindo. "É uma atividade muito relaxante."
O iNaturalist pode ser acessado por site ou aplicativo. A plataforma coleciona centenas de milhões de observações, que são utilizadas em milhares de publicações científicas, projetos de conservação e monitoramento de habitats, além de ajudar modelos de inteligência artificial.
Loarie e sua equipe querem criar um "atlas do mundo natural", ainda que tenham muitos buracos a preencher, como no Brasil.
"Temos fotografias de uma em cada quatro espécies do planeta, e essas que faltam são as mais raras, mais difíceis de alcançar... como na Amazônia, no Brasil. Precisamos de muito mais gente para ter acesso a essas informações", disse Loarie, que tem o objetivo de alcançar 100 milhões de usuários por ano até 2030. Hoje, são 20 milhões.
Para atingir a marca, a organização quer tornar o aplicativo mais fácil de usar para públicos mais amplos e facilitar as criações de projetos comunitários.
Há também a campanha anual City Nature Challenge, que no Brasil ganhou o nome de Desafio Mundial da Natureza Urbana. O evento começou como uma competição entre Los Angeles e San Francisco, e hoje acontece entre cidades do mundo todo para ver quem registra mais espécies num período curto de tempo. A nova edição começou nesta sexta (25) e vai até segunda (28), com 12 cidades brasileiras cadastradas.
O iNaturalist não tem um parceiro institucional no Brasil, como faz em países da região, mas conta com uma comunidade ativa de brasileiros e mais de cem grupos, como projetos dedicados a borboletas (8.590 espécies observadas), fungi (2.019) e cobras (366).
Loarie diz que a plataforma recebe cerca de 85 mil observações por mês do Brasil de 70 mil usuários. "É um terço [dos usuários] do México, duas vezes do Equador, e quase o mesmo da Colômbia. Temos muito espaço para crescer no Brasil", disse.
Mesmo com muito trabalho pela frente, o iNaturalist ajuda a descobrir ao menos cinco novas espécies por mês, entre plantas, vertebrados e insetos. Já entre os fungos, há novidades com mais frequência.
"Podemos sair daqui agora e nos deparar com uma espécie nova de cogumelo", disse Loarie. "É um mundo muito interessante, um grupo muito pouco conhecido."

A matéria completa pode ser lida na Folha de S. Paulo

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