
24/04/2025
Um projeto inovador para extrair carbono do mar entrou em operação na costa sul da Inglaterra.
O pequeno programa piloto, conhecido como SeaCURE, é financiado pelo governo do Reino Unido como parte de sua busca por tecnologias que combatam as mudanças climáticas.
Há um amplo consenso entre os cientistas do clima de que a principal prioridade é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a principal causa do aquecimento global.
Mas muitos cientistas também acreditam que parte da solução vai precisar envolver a captura de alguns dos gases que já foram liberados.
Estes projetos, conhecidos como captura de carbono, geralmente se concentram em capturar emissões na fonte ou extraí-las da atmosfera.
O que torna o SeaCURE interessante é que ele está testando se pode ser mais eficiente extrair do mar o carbono que aquece o planeta, já que ele está presente em concentrações maiores na água do que na atmosfera.
Para chegar à entrada do projeto, você precisa dar a volta pelos fundos do Weymouth Sealife Centre, e passar por uma placa que diz: "Cuidado: as moreias podem morder".
Há uma razão para este projeto inovador ter sido instalado aqui.
Trata-se de uma tubulação que serpenteia sob uma praia pedregosa até o Atlântico, pegando a água do mar e levando para a costa.
O projeto está tentando descobrir se a remoção do carbono da água pode ser uma forma econômica de reduzir a quantidade de CO2, gás que causa o aquecimento global, na atmosfera.
O SeaCURE processa a água do mar para remover o carbono antes de bombeá-la de volta para o mar, onde absorve mais CO2.
A BBC foi a primeira equipe de jornalismo de radiodifusão a visitar o projeto, e o professor Tom Bell, do Laboratório Marinho de Plymouth, foi encarregado de nos mostrar o local.
Ele explica que o processo começa com o tratamento de parte da água do mar para torná-la mais ácida. Isso faz com que o carbono dissolvido na água se transforme em gás, e seja liberado na atmosfera como CO2.
"Este é o ´stripper´ de água do mar", diz Bell com um sorriso.
O "stripper" é um grande tanque de aço inoxidável que maximiza a quantidade de contato entre a água do mar ácida e o ar.
"Quando você abre um refrigerante, e ele espuma, é o CO2 que está saindo", afirma Bell. "O que estamos fazendo é espalhar a água do mar por uma grande superfície. É como derramar uma bebida no chão, e permitir que o CO2 saia da água do mar muito rapidamente."
O CO2 que emerge no ar é sugado, e depois concentrado usando cascas de coco carbonizadas, prontas para serem armazenadas.
Em seguida, a água do mar com baixo teor de carbono recebe a adição de álcali —para neutralizar o ácido adicionado—, e é bombeada de volta para um riacho que deságua no mar.
Uma vez de volta ao mar, ela começa imediatamente a absorver mais CO2 da atmosfera, contribuindo de forma sutil para a redução dos gases de efeito estufa.
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