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EUA e Europa compram madeira do Pará com sinais de ilegalidade, inclusive ipês, mostra estudo

08/04/2025

Um estudo da Agência de Investigação Ambiental (EIA, em inglês) identificou 53 mil m³ de madeira do Pará, na amazônia, com indícios de ilegalidade em escala industrial vendida para países como Estados Unidos, França e Bélgica, além do próprio Brasil.
A quantidade de madeira extraída é equivalente a aproximadamente 2.000 contêineres e foi processada por 19 serrarias, negociada por 16 exportadoras e comprada por 30 diferentes empresas no exterior. Esse montante se refere ao período entre 2019 e 2024.
Ao final deste processo mais de 1.500 m³ foram exportados para nove diferentes países. Entre as espécies, estão ipê-roxo, ipê-amarelo, itaúba, cumaru, maçaranduba e angelim-pedra.
A Folha procurou as principais empresas identificadas na investigação da EIA, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
A Secretaria de Meio Ambiente do Pará afirmou que vem reforçando normas e mecanismos de controle e de avaliação dos planos de manejo, e que entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2025 apreendeu 12,3 mil m³ de madeira ilegal.
"Os casos citados na reportagem serão analisados e, em sendo constatadas as irregularidades, os responsáveis serão punidos", declarou o órgão.
A reportagem também questionou o Ibama (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis) e a PF (Polícia Federal) —órgãos responsáveis pela fiscalização dessa cadeia—, mas eles não se posicionaram.
A capital paraense, Belém, será a sede da COP30, a conferência sobre clima da ONU (Organização das Nações Unidas). O estado é um dos mais destruídos por crimes ambientais, como desmatamento, garimpo e grilagem de terra.
"[A investigação] com madeireiros por todo o Pará revela uma cultura de corrupção e fraude que mancha o setor, aumentando o risco para companhias que buscam madeira da região", diz o relatório.
Das 19 serrarias identificadas no estudo, 12 já foram multadas pelo Ibama por crimes relacionados à madeira; das 16 exportadoras, 14.
O desmatamento explodiu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A derrubada de florestas representa para o Brasil a maior fonte de emissão de gás carbônico (cerca de 80% do total nacional), sendo também o maior vetor do aquecimento global do país.
O ex-ministro do meio ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles (hoje deputado pelo Novo de São Paulo), é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por contrabando de madeira.
Desde de 2023, início do governo Lula (PT), o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama concentraram esforços no combate à destruição ilegal da floresta. Na Amazônia, o índice caiu drasticamente e, no último fevereiro, registrou o valor mais baixo de toda a série histórica para o mês (desde 2016), segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial).
Assim como o instituto, a investigação teve como uma de suas bases as imagens de satélite.
A EIA identificou áreas no Pará que servem para a extração de madeira, mas que, pelos registros fotográficos, não tinham nenhum ou quase nenhum sinal de atividade —técnica parecida à utilizada pelo Ibama.

Conclua esta leitura acessando a reportagem na Folha de S. Paulo

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