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As ´plantas zumbis´ que voltam à vida depois de secas; veja antes e depois

01/04/2025

Jill Farrant era criança na África do Sul nos anos 1970 quando observou pela primeira vez que diversas plantas à sua volta, aparentemente, conseguiam se recuperar da morte para uma nova vida.
Mais tarde, ela aprenderia que aquelas plantas podem sobreviver sem água por seis meses ou mais.
Suas folhas ficavam marrons e frágeis ao toque. Mas, quando recebiam água, elas ficavam verdes em questão de horas. E, um dia depois, elas retornavam ao seu estado anterior e ainda podiam fazer fotossíntese.
Esta capacidade de Lázaro é comum entre os musgos, samambaias e outras plantas que não produzem flores.
Mas estas "plantas de ressurreição" pertencem ao grupo das angiospermas, produtoras de flores — o grupo que inclui todas as árvores floridas e as plantas cultivadas na agricultura, que geram frutos e sementes.
Dentre as 352 mil espécies conhecidas de plantas produtoras de flores, apenas 240 são plantas de ressurreição.
Elas estão espalhadas por este ramo da árvore da vida e, muitas vezes, não têm relação entre si. Cada uma delas evoluiu independentemente a capacidade de viver sem água.
As plantas de ressurreição são encontradas principalmente nas encostas rochosas ou nos solos de cascalho de África do Sul, Austrália e América do Sul. E suas técnicas para desenvolver este truque — que mais parece obra de zumbis — são surpreendentemente parecidas.
É como se uma caixa de ferramentas ancestral pudesse ser retirada do fundo do seu DNA para enfrentar a questão da seca.
Atualmente, Farrant é professora de tolerância à dessecação da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul. Ela estuda estas plantas incomuns há mais de três décadas.
Ao lado de vários outros pesquisadores, Farrant acredita que os poderes de resistência à seca encontrados nos genes das plantas podem ser fundamentais para adaptar a agricultura a um futuro marcado pelas mudanças climáticas.
Plantas que sobrevivem por meses sem água parecem ter saído de filmes de ficção científica.
A grande maioria das plantas morre quando perde de 10 a 30% de água. Mas as plantas de ressurreição podem tolerar perdas de água de mais de 95%.
E sobreviver à seca não é a única habilidade importante para estas espécies, segundo o cientista do milho Carlos Messina, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. A forma em que as plantas de ressurreição crescem novamente após a seca também faz diferença.
As plantas de milho também podem sobreviver após a seca, explica ele. "Mas, quando se reidratam, elas não retornam para a mesma arquitetura de folhas que tinham antes e o fluxo de CO2 e água fica todo confuso."
Ou seja, a seca compromete o crescimento do milho muito depois do retorno das chuvas.
Já as plantas de ressurreição "parecem voltar à forma que tinham antes da seca", segundo Messina. E, "se pudermos criar milho que faça isso, é fantástico, pois poderemos ganhar novamente aquela produtividade".
As plantas de ressurreição evoluíram esta técnica essencial substituindo a água perdida por açúcares, como sacarose. Elas transformam o interior das suas células em uma substância vítrea e viscosa, que reduz a velocidade das reações químicas.
Conhecida como vitrificação, esta mesma técnica é empregada por animais tolerantes à dessecação, como os tardígrados –—também conhecidos como ursos d´água — e os ovos das artêmias, uma espécie de crustáceo também conhecida como macaco-do-mar.
Quando se transformam em vidro, estas plantas também destroem seu maquinário fotossintético (como os cloroplastos). Elas desligam sua fonte primária de alimento, enquanto retornam a um estado de dormência.
Para manter unido seu conjunto de proteínas e membranas celulares, elas secretam um grupo de proteínas protetoras conhecidas como chaperonas. Elas orientam as células para que possam sobreviver em tempos difíceis.

Termine de ler esta reportagem clicando no g1

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