
11/03/2025
A Corrente Circumpolar Antártica é a corrente oceânica mais potente do planeta.
Ela gira em torno da Antártida, no sentido horário, e é cinco vezes mais forte que a Corrente do Golfo e mais de 100 vezes mais potente que o rio Amazonas.
A corrente faz parte da "correia transportadora" oceânica global, que conecta os oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Este sistema regula o clima da Terra e bombeia água, calor e nutrientes para todo o planeta.
Mas a água doce e fresca do derretimento do gelo da Antártida está diluindo a água salgada do oceano. E ela pode prejudicar esta corrente vital.
Nossas recentes pesquisas indicam que, devido ao aquecimento global, a Corrente Circumpolar Antártica ficará 20% mais lenta até 2050 —o que trará vastas consequências para a vida no planeta Terra.
A Corrente Circumpolar Antártica age como um fosso em volta do continente gelado. Ela ajuda a manter a água morna à distância, protegendo blocos de gelo vulneráveis.
Ela também age como barreira para espécies invasoras, como a alga-marrom, e animais que pegam carona na vegetação, espalhando as algas à medida que elas flutuam em direção ao continente. A corrente também desempenha papel importante na regulagem do clima do planeta.
Mas a Corrente Circumpolar Antártica não é muito bem estudada, ao contrário das correntes oceânicas mais famosas —como a Corrente do Golfo, na costa leste dos Estados Unidos; a corrente Kuroshio, perto do Japão; e a corrente das Agulhas, no litoral da África do Sul. Isso se deve, em parte, à sua localização remota, que dificulta muito a obtenção de medições diretas.
As correntes oceânicas reagem às mudanças de temperatura, níveis de salinidade, padrões dos ventos e extensão do gelo marítimo. Por isso, a correia transportadora oceânica global é vulnerável de diversas formas às mudanças climáticas.
Pesquisas anteriores indicaram que uma parte vital dessa correia pode estar a caminho de um colapso catastrófico.
Teoricamente, o aquecimento das águas em torno da Antártida deveria acelerar a corrente. Isso ocorre porque as mudanças de densidade e dos ventos em torno do continente gelado determinam a sua potência.
A água morna é menos densa (ou pesada), o que deveria ser suficiente para acelerar a corrente oceânica. Mas as observações realizadas até aqui indicam que a força da corrente permaneceu relativamente estável ao longo das últimas décadas. E a estabilidade persiste, mesmo com o derretimento do gelo à sua volta.
Este fenômeno não havia sido totalmente explorado pelas discussões científicas no passado. Mas os avanços da elaboração de modelos oceânicos permitem investigar as possíveis mudanças futuras.
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