
27/02/2025
Sob um sol escaldante, o pescador José Antonio Crispin, 60, empurra um carrinho com pneus que recolheu na ilha da Pombeba, coberta de lixo, na baía de Guanabara.
"Antigamente, jogávamos a rede e pegávamos 20 ou 30 kg de peixe", lembra Crispin. "Agora, na rede só vem lixo, lixo, lixo, e não temos como sobreviver dessa forma."
Assim como ele, meia centena de pescadores e voluntários enfrentavam nesta semana o recorde de calor no Rio de Janeiro enquanto recolhiam sacolas, pneus, embalagens, garrafas e todo tipo de lixo que cobre as praias estreitas e a vegetação de mangue, visitada por aves de diferentes espécies.
Foram recolhidas quatro toneladas de resíduos. Os participantes encheram centenas de sacos, que pequenos barcos levaram para terra firme.
O plástico será aproveitado por uma cooperativa, e os pescadores receberam um pagamento que ameniza a falta de dinheiro causada pela queda da pesca. Na ilha, trechos de areia começam a aparecer.
"Acho que isso traz esperança", diz, sorrindo, Juliana Poncioni, engenheira ambiental e diretora da ONG Nas Marés, que promove a iniciativa de limpeza. A organização trabalha pela preservação dos oceanos e planeja novas jornadas para recuperar a ilha.
Mas, acima de tudo, é um apelo para que os líderes mundiais voltem as atenções para uma situação que não é mais sustentável, acrescenta.
A poluição da baía de Guanabara é um dos maiores problemas ambientais do Rio e os grandes projetos públicos para sua limpeza não foram concretizados até agora.
Conclua a leitura desta matéria clicando na Folha de S. Paulo
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