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Pântanos de turfas, que armazenam grandes quantidades de carbono, enfrentam ameaças

20/02/2025

Estes locais encharcados foram descartados como manchas inóspitas no mapa. Você pode chamá-los de pântanos, charcos, brejos —como quiser. Eles têm muitos nomes e são frequentemente conhecidos como turfeiras.
Apenas recentemente começamos a valorizar a turfa. Trancada naquele solo encharcado sob água até o tornozelo está uma quantidade tremenda de carbono. Mas os cientistas dizem que muitos desses pântanos estão agora em risco de liberar gases que aquecem o clima.
Menos de um quinto das turfeiras estão protegidas globalmente, número substancialmente menor do que outros ecossistemas-chave, de acordo com um estudo publicado na última semana na revista Conservation Letters.
Para o bem da turfa —e para o nosso— precisamos melhorar isso, dizem os cientistas.
Restaurar as turfeiras para que absorvam mais CO2, juntamente com a preservação das que ainda existem, oferece uma solução de baixa tecnologia e baseada na natureza para combater as mudanças climáticas. Mas não fazer isso transformará essa solução climática em uma "bomba" de carbono prestes a explodir, que pode atrapalhar os esforços para evitar níveis perigosos de aquecimento.
"Eles armazenam uma quantidade enorme de carbono", disse Kemen Austin, autora principal do estudo e diretora científica da Wildlife Conservation Society. "Esse carbono se acumulou ao longo de centenas e milhares de anos."
"Quando é liberado, o que geralmente acontece quando as turfeiras são drenadas", acrescentou ela, "essa emissão desse enorme estoque de carbono realmente não pode ser revertida".
Quando uma planta morre, insetos, bactérias e outros decompositores geralmente se encarregam rapidamente de consumi-la.
Mas não quando a vegetação morta afunda na água. Presa em um solo muito úmido para permitir a decomposição completa, a matéria vegetal parcialmente decomposta se acumula ao longo dos séculos para formar a turfa.
"O oxigênio se esgota", disse Scott Winton, ecologista de zonas úmidas da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. "Aqueles organismos que decompõem a matéria orgânica e a reciclam de volta em nutrientes e CO2 não conseguem trabalhar eficientemente. E assim a matéria orgânica tende a se acumular."
Algumas turfas são esponjosas e fibrosas, com raízes, caules e outras características botânicas ainda aparentes, disse Winton. Outras turfas são uma bagunça escura e lamacenta.
Durante séculos, esses charnecas e pântanos pareciam úteis apenas como locais para extrair turfa para combustível de aquecimento —historicamente muito encharcados para sustentar casas e muito úmidos para os agricultores arararem.
Essa falta de valorização se reflete nas áreas que as nações ao redor do mundo decidiram isolar do desenvolvimento.
Em seu novo estudo, Austin e seus colegas descobriram que apenas 17% das turfeiras estão protegidas em parques nacionais, reservas naturais e outras áreas protegidas no planeta. Em comparação, 38% das florestas tropicais, 42% dos manguezais e metade de todos os pântanos salgados estão protegidos.
Embora as turfeiras constituam apenas 3% da superfície da Terra, elas armazenam mais carbono do que todas as florestas do mundo juntas.
"Por muito tempo e em muitos contextos, as turfeiras foram vistas como terras improdutivas", disse Austin. Ela espera que sua pesquisa incentive as nações a vê-las de forma diferente e a proteger mais delas sob acordos internacionais de clima e biodiversidade.

A matéria na íntegra pode ser lida na Folha de S. Paulo

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