
11/02/2025
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) identificou resíduos oleosos na Baía de Guanabara na área da fábrica da Moove Lubricants Holdings, na Ilha do Governador, que pegou fogo no sábado. O incêndio no complexo, na Ribeira, só foi erradicado após 28 horas de trabalho dos bombeiros. A Cosan, controladora da Moove, informou, que foram adotadas medidas de contenção, incluindo nos âmbitos ambientais, sociais e financeiros, para minimizar os impactos.
Ao longo deste domingo, equipes do Inea usaram boias para “prender” o poluente. “As equipes mobilizadas pelo Plano de Área da Baía de Guanabara estão atuando na contenção e recolhimento deste resíduo, mantendo o cerco instalado, para que não haja a dispersão para outras áreas”, informou o instituto.
— Tem pouco óleo na Baía por conta do incêndio. Acontece que a água utilizada para apagar o fogo levou um pouco de resíduo. Porém, está tudo sob controle, bem tranquilo — esclareceu Bernardo Rossi, secretário de Ambiente e Sustentabilidade
O fogo atingiu áreas produtivas e salas administrativas que não estavam em operação. A Cosan informou que a infraestrutura logística, a área de tancagem e os armazéns não foram afetados. A Polícia Civil, por meio da 37ª DP (Ilha), enviou nesta segunda-feira uma equipe de peritos para apurar as causas do incêndio.
Já o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que vai investigar as causas e consequências ambientais do incêndio. “Como parte das providências imediatas, será requisitado ao Inea, nesta segunda-feira (10), um relatório técnico detalhado sobre a operação da fábrica, as possíveis causas do incêndio e seus impactos ambientais na região”, informou, em nota.
O MPRJ destacou que “os impactos ambientais provocados pela unidade já eram objeto de atuação da promotoria antes do incidente, por meio de uma ação civil pública ajuizada em 2013 contra a Exxonmobil Química LTDA., então proprietária da fábrica, devido à contaminação ambiental causada pela operação do local”, prosseguiu.
Com a venda da fábrica, a Cosan Lubrificantes e Especialidades S/A assumiu as obrigações judiciais do processo. Em 2024, a empresa manifestou interesse em firmar um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o MPRJ, visando à reparação dos danos ambientais causados pela operação da fábrica.
“No entanto, as negociações não foram concluídas, devido à complexidade técnica para a definição do valor da indenização. Agora, com o incêndio, qualquer tratativa de TAC está suspensa até que sejam apuradas integralmente as causas do acidente e seus impactos ambientais”, declarou o MPRJ.
Fonte: O Globo

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