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Poluição do ar, agora em declínio, mascarou real dimensão do aquecimento global, diz cientista

11/02/2025

O cientista que nos anos 1980 soou o alarme sobre as mudanças climáticas afirma agora que o mundo está a caminho de atingir 2°C acima das temperaturas pré-industriais até 2045, alertando que a verdadeira extensão do aquecimento global foi mascarada pela poluição durante anos.
James Hansen, ex-cientista da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), agora na Universidade Columbia (EUA), disse que as temperaturas recordes dos últimos dois anos foram o primeiro pagamento de um "pacto faustiano", onde a poluição do ar efetivamente compensou o aquecimento global.
Cientistas têm tentado entender como 2023 e 2024 se tornaram os anos mais quentes já registrados, observando que o fim do último ciclo climático El Niño —que provoca clima mais quente— não levou a uma queda significativa nas temperaturas.
Em um artigo publicado na revista Environment: Science and Policy for Sustainable Development na segunda-feira (3), uma equipe de pesquisadores liderada por Hansen afirmou que a poluição por aerossóis teve um efeito de resfriamento na Terra ao refletir a luz solar de volta para o espaço, contrariando o aquecimento global impulsionado pelas emissões de gases de efeito estufa.
Mas o mundo agora estaria experimentando a verdadeira extensão do aquecimento global, revelou o estudo, após novas regulamentações de transporte marítimo entrarem em vigor em 2020. As regulamentações limitam a quantidade de enxofre usada no combustível de navios, levando a menos poluição por aerossóis de enxofre na atmosfera.
"A humanidade fez um mau negócio, um pacto faustiano", disse Hansen. "O pagamento faustiano ao diabo chegou."
Hansen deu depoimento no Senado dos EUA em 1988 sobre como as atividades humanas eram responsáveis pelo aquecimento da Terra, em um dos primeiros alertas relevantes sobre as mudanças climáticas.
Hansen e seus coautores disseram que o efeito de resfriamento dos aerossóis foi subestimado. No novo artigo, os pesquisadores argumentaram que os aerossóis tiveram um impacto de resfriamento muito maior quando liberados em ar relativamente puro em locais suscetíveis a mudanças nas nuvens.
Os pesquisadores preveem que as temperaturas globais permanecerão em níveis recordes ou próximos a eles este ano, uma tendência que apoiaria sua teoria sobre a diminuição da prevalência de aerossóis de transporte marítimo.
"As temperaturas da superfície do mar permanecerão anormalmente altas, fornecendo combustível para tempestades poderosas e chuvas extremas", acrescentaram.
Os cientistas dizem que o aquecimento global nos próximos 20 anos provavelmente será de cerca de 0,2°C a 0,3°C por década, com temperaturas atingindo 2°C acima dos níveis pré-industriais até 2045.
No Acordo de Paris, quase 200 países concordaram em limitar o aumento das temperaturas globais a bem abaixo de 2°C e, idealmente, a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou o processo de retirada de Washington do pacto pela segunda vez.
"A meta de 2°C está morta", disse Hansen, citando a contínua alta demanda de energia de combustíveis fósseis convencionais.
O aquecimento global acelerado levaria a um derretimento adicional do gelo polar e fluxos de água doce no norte do oceano Atlântico, o que, por sua vez, poderia levar ao desligamento da Amoc ("circulação meridional invertida do Atlântico") dentro de algumas décadas, disseram os pesquisadores.

Termine de ler esta reportagem clicando na Folha de S. Paulo

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