
04/02/2025
Imagens impressionantes dos incêndios florestais na Califórnia povoaram o noticiário nas últimas semanas. Ao lado de casas e pertences queimados, surgiram imagens de um filhote de cervo em busca de refúgio em meio à fumaça, enquanto uma foto da agência de notícias Reuters registrou uma tartaruga do deserto vagando pelas ruas entre os desalojados.
Mas, embora, assim como os seres humanos, a vida selvagem seja suscetível aos perigos imediatos do fogo, desde a inalação de fumaça até o estresse térmico, pesquisas mostram que, surpreendentemente, há poucas mortes de animais como resultado direto do fogo. Em vez disso, a vida selvagem tende a ser mais vulnerável logo após o incêndio, quando os abrigos e os alimentos são escassos.
Mas como as diferentes espécies conseguem sobreviver em meio à devastação? E em um mundo com incêndios de proporções cada vez maiores, exacerbados pelas mudanças climáticas, será que há alguma maneira de os seres humanos ajudá-los?
O fogo é um problema grave para os seres humanos, principalmente quando eles constroem em áreas propensas a incêndios, e as perdas de vidas, de propriedades e para a economia podem ser imensas. Estima-se que os incêndios florestais de Los Angeles, ocorridos em janeiro de 2025, tenham custado mais de US$ 135 bilhões.
No entanto, isso não é intrinsecamente um problema para a vida selvagem. Um estudo, que analisou os resultados de 31 artigos de pesquisa de 1984 a 2020, mostrou que 65% dos estudos não registraram nenhuma morte de animais como resultado direto dos incêndios. Muitas espécies têm uma estratégia para evitar o fogo propriamente dito, que vai desde simplesmente fugir até se esconder em tocas subterrâneas ou se abrigar nas copas das árvores.
Morgan Tingley, professor de biologia evolutiva da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), enfatiza que o fogo é uma parte natural de muitos ecossistemas. Só a Califórnia vivencia isso de várias maneiras diferentes: o habitat chaparral de vegetação densa e arbustiva, onde alguns dos incêndios de janeiro de 2025 em Los Angeles parecem ter começado, é caracterizado por invernos úmidos e amenos e verões quentes e secos, com incêndios ocasionais e muito intensos; enquanto as florestas no norte da Califórnia estão acostumadas a queimadas de baixa intensidade mais regulares.
O fogo libera nutrientes no solo e cria variações nos padrões de vegetação em grandes áreas, explica Gavin Jones, pesquisador ecologista da Rocky Mountain Research Station, e os animais e as plantas evoluíram para conviver com ele no mundo todo. Na Austrália, por exemplo, as equidnas entram em um estado semelhante à hibernação chamado "torpor" durante os incêndios florestais, até que o perigo tenha passado.
Não se trata apenas de sobrevivência; muitas espécies precisam do fogo para reprodução, alimentação e recursos. "Se não tivéssemos fogo em nosso sistema, perderíamos a biodiversidade", diz Tingley.
A matéria na íntegra pode ser lida no g1
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