
30/01/2025
A produção de energia na União Europeia (UE) tem passado por uma transformação significativa nos últimos anos com a transição de fontes de combustíveis fósseis para fontes de energia mais limpas e sustentáveis. Em 2024, essa tendência se fortaleceu ainda mais, conforme relatado pelo think tank climático Ember. De acordo com o relatório, houve um marco histórico: a energia solar superou a geração de eletricidade por carvão na UE, com paineis solares respondendo por 11% da eletricidade total, enquanto as usinas a carvão produziram 10%.
“O carvão é a forma mais antiga de produzir eletricidade, mas também a mais suja. A energia solar é a estrela em ascensão”, destacou Beatrice Petrovich, coautora do relatório. Essa mudança reflete o esforço conjunto da região em reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar tecnologias menos poluentes para atender à crescente demanda por energia.
Em 2023, a queima de combustíveis fósseis no setor de energia da UE atingiu o pico. Desde então, outras formas de produção de eletricidade foram intensificadas, resultando em uma queda de 68% na produção de energia por carvão. Em 2024, o uso deste combustível diminuiu em 16 dos 17 países que ainda o utilizavam. O relatório apontou que ele se tornou “marginal ou ausente” em muitos sistemas elétricos. Na Alemanha, maior usuária de carvão na UE, seu uso caiu 17%, enquanto na Polônia, outro grande consumidor, a queda foi de 8%.
Ao mesmo tempo, fontes mais limpas, como as energias solar e eólica, expandiram sua participação para 29% da geração de eletricidade no bloco no ano passado. Essa transição ocorre apesar do leve aumento na demanda por eletricidade em 2024, após dois anos de queda devido às consequências da guerra entre Ucrânia e Rússia. A crise energética que se seguiu levou a UE a implementar um plano abrangente para economizar energia, buscar novos fornecedores de combustíveis fósseis e acelerar a transição para fontes renováveis.
Entre os destaques do relatório, a energia solar mostrou um crescimento notável. Apesar de a região ter recebido menos luz solar em 2024 em comparação ao ano anterior, houve um recorde na instalação de novos paineis. “É uma boa notícia que o aumento na construção de energia solar esteja na verdade se traduzindo em uma redução na queima de combustíveis fósseis”, afirmou Jenny Chase, analista solar da BloombergNEF, empresa que fornece pesquisas e dados sobre uma transição para energias de baixo carbono.
No entanto, não é apenas a energia solar que está ganhando espaço. A energia eólica também tem sido um pilar fundamental na transição para fontes renováveis. Juntas, as energias solar e eólica têm permitido à Europa reduzir sua dependência de combustíveis fósseis, como carvão e gás natural. O relatório destaca que o gás fóssil também enfrenta um declínio estrutural, com queda em 14 dos 26 países que utilizam essa fonte de energia. Isso reflete também o impacto das políticas de incentivo à sustentabilidade.
Gregory Nemet, pesquisador de energia na Universidade de Wisconsin-Madison e coautor de um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, explicou: “Políticas e mercados na Europa permitiram que as energias renováveis reduzissem as participações do carvão e do gás natural”. Ele também ressaltou que a Europa está colhendo os benefícios dessa transição, incluindo maior acessibilidade, segurança energética e melhorias na qualidade do ar.
Além disso, a UE está no caminho certo para atingir suas metas de capacidade solar instalada. Em 2024, a capacidade total chegou a 338 gigawatts (GW), aproximando-se da meta de 400 GW até 2025. Caso mantenha o ritmo atual de crescimento, a região também estará perto de alcançar sua meta de 750 GW até 2030. Para garantir o sucesso dessa transição, os autores do relatório reforçaram a importância de investimentos em tecnologias como baterias, medidores inteligentes e outras formas de “flexibilidade limpa”, que ajudam a alinhar o fornecimento de energia renovável à demanda ao longo do dia.
O cenário europeu contrasta com a situação em outras regiões do mundo. Enquanto a Europa reduz sua dependência de carvão e gás natural, o relatório aponta que o uso dessas fontes ainda está em crescimento em países como China e Estados Unidos. No entanto, o avanço das energias renováveis em economias europeias é um exemplo de como é possível equilibrar desenvolvimento econômico, segurança energética e preservação ambiental.
O relatório do Ember mostra que, embora ainda haja desafios, o bloco europeu está fazendo progressos importantes em direção a um sistema de energia mais sustentável. O crescimento acelerado da energia solar sinaliza um futuro mais verde para a região. Esses avanços são um marco importante na luta contra as mudanças climáticas e um modelo para outras regiões que buscam reduzir suas emissões de carbono.
Fonte: CicloVivo
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