
28/01/2025
Pelo menos 242 milhões de estudantes, em 85 países, tiveram a sua vida escolar impactada por eventos climáticos extremos em 2024, incluindo ondas de calor, ciclones tropicais, tempestades, inundações e secas, exacerbando uma crise de aprendizagem existente, de acordo com um novo relatório do UNICEF, divulgado nesta sexta-feira. No Brasil, 1,1 milhão de meninas e meninos tiveram os estudos interrompidos em 2024 por eventos climáticos, em especial enchentes.
Pela primeira vez, o estudo Learning Interrupted: Global Snapshot of Climate-Related School Disruptions in 2024 – lançado no Dia Internacional da Educação – examina os eventos climáticos que resultaram no fechamento de escolas ou na interrupção significativa dos horários escolares, e o subsequente impacto nas crianças da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Para o dado Brasil, foram considerados dois contextos. As enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram mais de 2 mil escolas da rede estadual de Educação – com isso 741 mil estudantes não tiveram acesso às aulas no período das enchentes. E a seca na região amazônica, que fez com cerca de 1.700 escolas, incluindo mais de 100 localizadas em áreas indígenas, ficassem sem atividades por tempo prolongado – impactando 436 mil estudantes.
As ondas de calor foram o risco climático predominante para o fechamos de escolas no ano passado, com mais de 118 milhões de estudantes afetados só em abril, de acordo com os dados. O Bangladesh e as Filipinas registaram fechamentos generalizados de escolas em abril, enquanto o Camboja reduziu o horário escolar em duas horas. Em maio, as temperaturas subiram para 47 graus centígrados em partes do Sul da Ásia, colocando as crianças em risco de insolação.
“As crianças são mais vulneráveis aos impactos das crises relacionadas com o clima, incluindo ondas de calor, tempestades, secas e inundações mais fortes e mais frequentes”, afirmou a Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell. “Os corpos das crianças são particularmente vulneráveis. Eles aquecem mais rápido, suam com menos eficiência e esfriam mais lentamente que os adultos. As crianças não conseguem concentrar-se em salas de aula que não oferecem proteção contra o calor sufocante e não conseguem chegar à escola se o caminho estiver inundado ou se as escolas forem destruídas. No ano passado, o mau tempo manteve um em cada sete estudantes fora das aulas, ameaçando a sua saúde e segurança e impactando a sua educação a longo prazo”.
Alguns países experimentaram vários riscos climáticos. Por exemplo, no Afeganistão, além das ondas de calor, o país sofreu graves inundações repentinas que danificaram ou destruíram mais de 110 escolas em maio, impactando a educação de milhares de estudantes
Entretanto, os impactos mais frequentes ocorreram em setembro – o início do ano letivo no hemisfério norte. Pelo menos 16 países suspenderam as aulas no período devido a fenômenos meteorológicos extremos, incluindo o tufão Yagi, que afetou 16 milhões de crianças na Ásia Oriental e no Pacífico.
De acordo com a análise, o Sul da Ásia foi a região mais afetada, com 128 milhões de estudantes com interrupções nas atividades escolares por conta do clima no ano passado, enquanto na Ásia Oriental e no Pacífico, a vida escolar de 50 milhões de estudantes foi afetada. O El Niño continuou a ter um impacto devastador em África, com chuvas intensas e inundações frequentes na África Oriental, e secas graves em partes da África Austral.
A reportagem na íntegra pode ser lida no CicloVivo
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