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Emergência climática pode reduzir PIB global em 50% até 2090

21/01/2025

A emergência climática é uma realidade e a necessidade de combater suas causas e mitigar seus efeitos é urgente. Mas, o dinheiro para planos de ações climáticas tem o financiamento necessário como obstáculo e não como ferramenta. Para líderes globais e do mundo corporativo que valorizam o aspecto econômico acima de tudo, um novo argumento pode destravar o valor necessário para garantir um futuro melhor para a humanidade: as mudanças climáticas podem reduzir 50% no produto interno bruto (PIB) entre 2070 e 2090, a menos que sejam tomadas medidas imediatas para descarbonizar e restaurar a natureza.
O alerta vem de um novo relatório de especialistas em gestão de risco do Institute and Faculty of Actuaries (IFoA) que aumenta significativamente a estimativa de risco para a economia mundial com o impacto das mudanças climáticas, como incêndios, inundações, secas, aumentos de temperatura e colapso da natureza.
Em um relatório com cientistas da University of Exeter, publicado na quinta-feira, o IFoA usa matemática e estatística para analisar o risco financeiro para empresas e governos. A conclusão é um pedido de ação acelerada por líderes políticos para enfrentar a crise climática.
O relatório foi publicado depois que dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da UE mostraram que a crise climática elevou a temperatura global anual acima da meta internacionalmente acordada de 1,5 °C pela primeira vez em 2024, potencializando condições climáticas extremas.
Sem uma ação urgente para acelerar a descarbonização, remover o carbono da atmosfera e reparar a natureza, o pior cenário plausível para as economias globais seria de 50% nas duas décadas anteriores a 2090.
O relatório afirma que as avaliações de risco climático usadas por instituições financeiras, políticos e funcionários públicos para avaliar os efeitos econômicos do aquecimento global estavam erradas, porque ignoraram os efeitos severos esperados das mudanças climáticas, como pontos de inflexão, aumento da temperatura do mar, migração e conflito como resultado do aquecimento global.
Se esses riscos fossem levados em conta, o mundo enfrentaria um risco crescente de “insolvência planetária”, onde os sistemas da Terra estariam tão degradados que os humanos não conseguiriam mais receber serviços essenciais suficientes dos quais dependiam para sustentar sociedades e economias.
Com 3°C ou mais de aquecimento até 2050, pode haver mais de 4 bilhões de mortes, fragmentação sociopolítica significativa em todo o mundo, falência de estados (com consequente perda rápida, duradoura e significativa de capital) e eventos de extinção.
Sandy Trust, o principal autor do relatório, disse que não havia nenhum plano realista para evitar esse cenário. Para ele, as previsões econômicas, que estimam que os danos causados ​​pelo aquecimento global seriam de apenas 2% da produção econômica global para um aumento de 3°C na temperatura média da superfície global, eram imprecisas e estavam cegando os líderes políticos para os riscos de suas políticas.
“Não é possível ter uma economia sem uma sociedade, e uma sociedade precisa de um lugar para viver”, disse Trust. “A natureza é nossa fundação, fornecendo comida, água e ar, assim como as matérias-primas e energia que alimentam nossa economia. Ameaças à estabilidade dessa fundação são riscos à prosperidade humana futura que devemos tomar medidas para evitar.”
O relatório, chamado Planetary Solvency – finding our balance with nature (Solvência Planetária – encontrando nosso equilíbrio com a natureza, em português), critica a teoria econômica dominante, que se concentra no que os humanos podem tirar do planeta para criar crescimento para si mesmos e não leva em consideração os riscos reais da degradação da natureza para as sociedades e economias. O relatório pediu uma mudança de paradigma por parte de líderes políticos, servidores públicos e governos para lidar com o aquecimento global.
Segundo o documento, “líderes e tomadores de decisão em todo o mundo precisam entender por que essas mudanças são necessárias. São esses extremos que devem orientar as decisões políticas… os formuladores de políticas atualmente não conseguem ouvir os avisos sobre os riscos ao progresso humano em curso ou não estão dispostos a agir sobre eles com a urgência necessária.”

Esta reportagem pode ser lida por completo no CicloVivo

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