
21/01/2025
Jogar dinheiro fora, junto com o lixo, é uma ideia absurda, né? Mas é exatamente isso que acontece todos os anos. São quase 200 bilhões de euros desperdiçados anualmente em materiais recicláveis que poderiam ser aproveitados, com o cobre e o plástico representando a maior fatia desse valor – 68 bilhões e 48 bilhões de euros, respectivamente.
Estes números impressionantes podem ser conferidos no estudo “Circularity’s Time Has Come“, da Boston Consulting Group (BCG) que uma série de oportunidades perdidas: implementar a circularidade poderia não só reduzir custos e volatilidade nas cadeias de abastecimento, como também criar vantagens competitivas e minimizar os impactos ambientais.
“Este estudo vai ao encontro de análises anteriores da Fundação Ellen MacArthur que demonstraram que, em 2015, a atual forma linear de produzir e utilizar produtos e recursos já custava à Europa €7,2 bilhões por ano em três setores analisados: mobilidade, alimentação e ambiente construído. Esta dimensão do desperdício demonstra a urgência e a oportunidade econômica da economia circular”, ressalta Victoria Almeida, Gerente de programa da Fundação Ellen MacArthur para a América Latina.
A pesquisa destaca que, embora a extração de matérias-primas tenha aumentado nas últimas décadas, a taxa de circularidade global diminuiu, atingindo apenas 7,2% em 2023. O relatório sugere estratégias como a garantia de fornecimento estável de materiais recicláveis, redução da fragmentação de resíduos na fonte, adoção de tecnologias inovadoras e integração da circularidade no planejamento estratégico. Segundo a BCG, essas medidas poderiam reduzir custos em até 15%.
“Esta nova pesquisa reforça que a economia circular continua sendo uma oportunidade econômica. Soma-se a isso o agravamento das crises ambientais, como as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição por plástico, que também apresentam ameaças à economia que vão além da disponibilidade de recursos. Para enfrentar essas crises, a economia circular também se coloca como uma solução. Portanto, seja por oportunidade econômica, minimização de riscos, ou enfrentamento dos desafios ambientais, a economia circular segue, há décadas, sendo um modelo fundamental para ser priorizado”, afirma Victoria.
Para ela, as empresas precisam colocar a economia circular no centro das suas estratégias e desenvolver produtos e modelos de negócios que eliminem resíduos e poluição, circulem produtos e materiais, e regenerem a natureza desde o design. “Ao mesmo tempo, os governantes e legisladores precisam criar as condições favoráveis para que essa mudança aconteça rapidamente e em larga escala. Com isso, poderemos garantir prosperidade de longo prazo”, conclui.
No Brasil, algumas boas notícias têm surgido quando falamos em reciclagem e apoio à economia circular, como a criação da Lei de Incentivo à Reciclagem, a Estratégia Nacional de Economia Circular instituída pelo governo Federal e a proibição da importação de resíduos sólidos. Mas, ainda há um caminho longo pela frente.
Assim como acontece no resto do mundo, o fomento à reciclagem traria benefícios significativos ao país. Como exemplo, podemos citar um estudo da Universidade Veiga de Almeida que avaliou potencial econômico circular desperdiçado pelo não aproveitamento de resíduos plásticos no estado entre 2020 e 2024.
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