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Como cidades do Ceará combatem o calor pavimentando ruas com concreto

16/01/2025

Diante das altas temperaturas que persistem quase o ano todo, cidades do Nordeste estão adotando medidas para mitigar o calor extremo e seus impactos no ambiente urbano.
Um desses exemplos é a cidade de Fortaleza, no Ceará, que vem substituindo o asfalto pelo concreto na pavimentação de ruas, avenidas e estradas da região, com o intuito de diminuir as ilhas de calor.
A medida não se limita somente à capital cearense e já pode ser observada em municípios como Sobral, Crato e outros. Segundo a Secretaria das Cidades do estado, as obras para substituição já ocorrem em 39 municípios e 12 regiões, com o intuito de trocar a matéria-prima usada na pavimentação em diversos locais.
Especialistas ouvidos pela DW Brasil apontam a iniciativa como positiva, já que o concreto pode durar por mais tempo. "Do ponto de vista prático, o pavimento asfáltico normalmente, tem um custo inicial mais baixo, mas ele se desgasta mais facilmente ao longo do tempo, tem uma durabilidade menor em comparação com o concreto, que tem um custo inicial geralmente mais alto, mas requer menos manutenção ao longo do tempo", explica Iuri Bessa, professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O engenheiro da Coordenadoria de Obras Urbanas da Secretaria das Cidades do Ceará, Bruno Nobre, ressalta a economia gerada pela troca de material. "A pavimentação asfáltica está mais sujeita a variação do preço do petróleo, tendo em vista que este elemento faz parte de sua composição, e requer uma logística mais complexa para realizá-la", diz.
Na questão ambiental, o asfalto está mais sujeito a absorção da radiação solar, contribuindo para as altas temperaturas em espaços urbanos. Já o concreto apresenta melhores condições de refletividade, que contribuem para uma menor absorção de calor, além de melhorar a iluminação das vias no período noturno.
A substituição do asfalto pelo concreto e pela pavimentação em piso intertravado tem sido adotada como uma alternativa para melhorar a qualidade das vias em diversos municípios do Ceará.
O asfalto é amplamente utilizado nas cidades devido ao seu custo inicial mais baixo e flexibilidade. Ele é composto por uma mistura de agregados (como pedras e areia) e ligante asfáltico, um derivado do petróleo que atua como "cola" na estrutura.
No entanto, o material é sensível a altas temperaturas, podendo amolecer e sofrer deformações permanentes ao longo do tempo, o que aumenta a necessidade de manutenção, de acordo com Webert Silva, engenheiro civil e doutorando em engenharia de transportes pela UFC e em sistemas de transporte pela Universidade de Lisboa.
Por outro lado, o concreto é um material rígido, formado pela combinação de cimento, água e agregados. "O pavimento rígido tende a ter três vezes mais vida útil que o asfalto. Por isso começamos a dar ênfase nesse material e nos blocos intertravados. Atualmente, é o que estamos priorizando no Ceará", diz Ilo Santiago, superintendente adjunto de Rodovias da Superintendência de Obras Públicas do Estado do Ceará (SOP).
Contudo, seu custo inicial é mais alto, o que demanda planejamento estratégico para implementação, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem.
De acordo com Bessa, o tipo de pavimento suporta melhor as cargas dos coletivos e dura mais tempo. Por isso, de acordo com o professor, a modalidade vem sendo usada em corredores de ônibus pela prefeitura de Fortaleza. Além da capital do Ceará, cidades como Recife já usam esse tipo de pavimentação, ressalta o especialista.
Os pisos intertravados, também chamados de pavimentos de blocos de concreto, são uma alternativa eficiente para pavimentação e também vêm sendo usados em diversas cidades do Ceará. "O pavimento intertravado está começando a crescer mais aqui no Brasil, principalmente em Fortaleza", sublinha Silva.

A matéria na íntegra pode ser lida na Folha de S. Paulo

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