16/01/2025
Para manter o limite de aquecimento em 1,5ºC e evitar a sequência de eventos extremos que mata e ameaça a humanidade e outras espécies, devemos restringir as emissões de gases de efeito estufa, que provocam as mudanças climáticas. Nesse cenário, cientistas calculam quanto estamos emitindo e quanto deveríamos emitir e revelam dados impressionantes: o 1% mais rico da população mundial já emitiu a sua parcela do orçamento global de carbono para 2024, em apenas 10 dias.
Os dados foram divulgados em uma nova análise da Oxfam que também aponta uma diferença enorme em relação às emissões da população mais pobre. Segundo o estudo, estas pessoas levariam quase três anos (1.022 dias) para atingir o mesmo nível de emissões dos super ricos.
Segundo estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), o orçamento anual de carbono por pessoa, para limitar o aquecimento a 1,5°C, é de 2,1 toneladas de CO2, esse é o volume total de gases de efeito estufa que podem ser emitidos sem inviabilizar o limite estabelecido pelo Acordo de Paris.
Enquanto o 1% mais rico emite 76 toneladas anuais por pessoa, a metade mais pobre emite apenas 0,7 toneladas.
O estudo da Oxfam, “A Desigualdade de Carbono Mata“, detalha como os super-ricos, por meio de seus investimentos e consumo extravagante, estão agravando as crises globais de desigualdade, fome e mortalidade. Em um exemplo emblemático, os 50 bilionários mais ricos do mundo emitem mais carbono em 1,5 hora do que uma pessoa média em toda sua vida.
O dia em que os super ricos atingiram sua cota de emissões em 2025, antes mesmo da primeira quinzena do ano, recebeu o nome de “Dia dos Ricos Poluidores”, e mostra claramente como a emergência climática é impulsionada de forma absurdamente desigual.
“O futuro do nosso planeta está por um fio. Apesar da urgência, os super-ricos continuam desperdiçando as chances da humanidade com estilos de vida extravagantes, investimentos poluentes e influência política nociva. Isso é um roubo puro e simples: uma pequena elite está roubando o futuro de bilhões de pessoas para alimentar sua ganância insaciável”, afirma Nafkote Dabi, líder de Política de Mudanças Climáticas da Oxfam Internacional.
O 1% mais rico emite mais do que o dobro de carbono do que a metade mais pobre da humanidade, com impactos devastadores para comunidades vulneráveis e os esforços globais para enfrentar a emergência climática. Para limitar o aquecimento global a 1,5°C, o grupo mais rico precisaria reduzir suas emissões em 97% até 2030.
A pesquisa mostra que as emissões desse grupo desde 1990 já causaram — e continuarão causando — trilhões de dólares em danos econômicos, perdas agrícolas extensas e milhões de mortes por calor extremo. Nos últimos 30 anos, os países de baixa e média-baixa renda sofreram danos econômicos três vezes maiores do que os valores de financiamento climático prometidos pelos países ricos.
Até 2050, as emissões do 1% mais rico podem levar a perdas agrícolas suficientes para alimentar 10 milhões de pessoas por ano no Leste e Sul da Ásia. Além disso, 80% das mortes por calor extremo ocorrerão em países de baixa e média-baixa renda, sendo 40% delas no Sul da Ásia.
“Os governos precisam parar de servir aos interesses dos mais ricos. Esses grandes poluidores devem ser responsabilizados. É hora de taxar, reduzir emissões e proibir excessos como jatos particulares e iates de luxo. Líderes que não agirem estão escolhendo ser cúmplices dessa crise”, alerta Dabi.
A pesquisa da Oxfam mostrou que as emissões do 1% mais rico do planeta desde 1990 já causaram trilhões de dólares em danos econômicos, perdas agrícolas extensas e milhões de mortes por calor extremo. Nos últimos 30 anos, os países de baixa e média renda sofreram danos econômicos três vezes maiores do que os valores de financiamento climático prometidos pelos países ricos.
A Oxfam propõe ações como:
1. Reduzir as emissões dos mais ricos: Criar impostos sobre renda e riqueza do 1% mais rico, aplicar tributações punitivas sobre bens de luxo e regulamentar corporações para cortar emissões.
2. Fazer os poluidores ricos pagarem: Aumentar o financiamento climático para países do Sul Global, que sofrem os piores impactos. Apesar de promessas de US$ 300 bilhões anuais, a dívida climática dos países ricos já chega a US$ 5 trilhões.
Fonte: CicloVivo
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