
14/01/2025
À medida que cresce a conscientização sobre os impactos ambientais dos plásticos de uso único, desenvolver alternativas sustentáveis e viáveis torna-se uma demanda mais urgente. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), a engenheira de alimentos Carmen Guedes já tem sua aposta para substituir embalagens convencionais: fazer uso da macaúba, uma palmeira nativa do Brasil com grande potencial produtivo e ampla distribuição no território nacional.
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos (PEG), Carmen está desenvolvendo dois tipos de embalagens inovadoras a partir do fruto e da polpa da macaúba (nome científico: Acrocomia aculeata):
¬ Utilizando a fibra do fruto da macaúba, foi criada uma embalagem para substituir as bandejas de isopor, frequentemente usadas para armazenar e transportar alimentos.
¬ Já com a polpa, a pesquisadora desenvolve um substituto biodegradável para os sacos plásticos de uso único.
A proposta também visa agregar valor à macaúba, que atualmente desempenha um papel importante na recuperação de áreas degradadas. “Como a macaúba está sendo usada para reflorestamento, podemos destinar seus frutos para a indústria, substituindo plásticos de uso único, que não são ecológicos”, explica a mestranda.
Uma das grandes vantagens das embalagens desenvolvidas é seu impacto ambiental positivo: ao serem descartadas, elas se transformam em adubo para as plantas, desaparecendo na natureza sem deixar resíduos. Além disso, tornam-se húmus, um fertilizante orgânico que fornece nutrientes essenciais para o solo.
Outro destaque é o conceito de “embalagem ativa” adotado pela pesquisadora. Essas embalagens interagem com os alimentos, retardando reações de oxidação que causam sua deterioração. “Ela atua como antioxidante, prevenindo que o alimento seja degradado pela luz e outros fatores que aceleram a oxidação”, explica Guedes.
A matéria-prima para a pesquisa foi fornecida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), que desenvolve estudos na região de Maringá e utiliza a macaúba para recuperar áreas degradadas no Estado.
“Esperamos que a macaúba deixe de ser classificada como um alimento não convencional e passe a integrar a categoria de alimentos convencionais. Através da nossa pesquisa, queremos atrair a atenção da comunidade científica, da indústria de alimentos e da população local para o uso integral dos frutos do Paraná, incentivando sua produção além do reflorestamento”, conclui a pesquisadora.
O estudo está sendo desenvolvido no Laboratório de Desenvolvimento de Novos Produtos, ligado ao PEG e ao Departamento de Engenharia de Alimentos (DAL), câmpus sede da UEM, e contribui com 6 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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