14/01/2025
Em 2024, Paris lançou um novo plano com metas concretas para lidar com a emergência climática. Entre as medidas, ao menos uma se destacou: a promessa de remover 60 mil vagas de estacionamento de carro para dar lugar ao plantio de árvores. O objetivo, que visa combater o aumento das temperaturas e melhorar a qualidade de vida da cidade, está previsto para ser alcançado até 2030.
A capital da França, cidade onde o limite de 1,5 graus na temperatura média foi estabelecido a todos os países do mundo, já supera em 2,3°C as temperaturas da era pré-industrial. Assim como no resto do mundo, os eventos climáticos extremos se multiplicam, as secas e ondas de calor se intensificam a cada verão e episódios de chuvas torrenciais ocorrem regularmente. De tal forma que Paris se prepara para viver em um ambiente que pode ultrapassar os +2,5°C até 2030, e um aquecimento médio da ordem de +3°C até 2050.
Buscando frear as ameaças que as mudanças climáticas já impõem às condições de vida na “cidade luz”, uma série de medidas são listadas no novo plano climático. Transformar 60 mil vagas de estacionamento e recuperar 100 hectares para uso de pedestres e criação de áreas verdes estão entre as principais medidas para acelerar a redução das emissões de carbono.
Já pensando na adaptação climática, Paris planeja criar 300 hectares de novos espaços verdes até 2030, com 10% esperados até 2026. O plano reconhece que as árvores e a natureza são condicionadores naturais de ar, portanto a vegetação será uma das prioridades.
A cidade também criará “praças oásis” em cada um dos seus 20 arrondissements (distritos administrativos), proporcionando mais espaços verdes onde árvores e estruturas de sombra oferecem aos moradores uma pausa do sol e ajudam a resfriar as temperaturas ao redor.
Outras propostas interessantes incluem ajustes nas programações diárias para quem trabalha ao ar livre, reduzindo o estresse pelo calor, a instalação de “telhados frios” em mil prédios públicos e a promessa de ter um rio Sena limpo, onde todos possam se banhar ainda em 2025.
A remoção de vagas de estacionamento terá um papel fundamental, já que muitos estacionamentos na calçada podem ser facilmente substituídos por canteiros arborizados que também ajudam na absorção de águas pluviais – a exemplo dos jardins de chuva.
A administração parisiense pretende abrir uma votação sobre o aumento significativo das tarifas de estacionamento não residencial para SUVs e 4×4 em Paris, reduzir em 30% o consumo energético relacionado à iluminação pública até 2026 e eliminar progressivamente o uso de concreto nas construções, substituindo-o por materiais de origem biológica.
Esse “reequilíbrio do espaço público” certamente deve acelerar a descarbonização no setor de transportes, sobretudo porque será combinado com outras medidas que inclui a redução dos limites de velocidade, o redirecionamento de faixas de tráfego e a promoção de mobilidade limpa para os veículos motorizados que ainda são essenciais para a vida da cidade, tais como ônibus, carros de pessoas com deficiência, veículos de emergência, transporte de cargas pesadas, caminhões para coleta de lixo, entre outros casos.
Mas, o grande desafio parece estar nas construções. Com prédios da Idade Média convivendo com construções mais recentes, o documento aponta que a renovação energética dos edifícios parisienses é o grande projeto do século. “A nova realidade climática à qual Paris está confrontada exige repensar nossa relação com a cidade, concebendo edifícios e bairros com baixo consumo de carbono e energia. Com seu novo ‘Plano Local de Urbanismo Bioclimático’, Paris se dotou de uma ferramenta poderosa para construir menos, regenerar mais e reduzir a pegada de carbono das construções”, diz um trecho de uma publicação que traz a síntese do novo plano climático.
A abordagem da cidade é um ótimo modelo a ser copiado para criar cidades mais verdes, mais resilientes ao calor extremo e mais amigáveis aos pedestres, com menos carros nas ruas.
Fonte: CicloVivo
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