19/12/2024
Rara e imponente, a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) pode ultrapassar dois metros de comprimento e pesar mais de 700 kg, garantindo seu título como a maior tartaruga do planeta. O g1 foi até o litoral Norte do Espírito Santo para acompanhar o trabalho de pesquisadores em busca dessa gigante dos mares e registrou a chegada de uma tartaruga para a sua desova na madrugada do dia 2 de dezembro.
A expedição também resultou em uma série de reportagens que vai ao ar desta quarta-feira (18) até sexta-feira (20). Com a participação de especialistas, como biólogos e oceanógrafos, o g1 destaca os detalhes dessa espécie, o trabalho realizado pelos pesquisadores e a relação com a comunidade local. Além disso, conversou com nativos que costumavam consumir a carne e os ovos das tartarugas.
Até quem estuda este animal há mais de 40 anos se emociona quando consegue encontrar esse animal marinho mais ameaçado do país.
“É sempre uma emoção. A gente volta no tempo, imagina que esse bicho tem milhões de anos habitando esse planeta e chegou em um estágio de ameaça muito grande, é o animal marinho mais ameaçado do Brasil e depende das nossas ações para continuar sobrevivendo. O meu sentimento é de estar contribuindo com a continuidade dessa vida, para a sociedade, principalmente, para os capixabas entenderem que existe essa terra de gigantes aqui no norte do estado”, declarou Joca Thome, oceanógrafo e coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas e Biodiversidade do Mar do Leste do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
No Brasil, a principal região de desova escolhida pela tartaruga-de-couro é no Norte Capixaba, principalmente nas praias de Regência e Povoação, nos municípios de Linhares e Aracruz, área abrangida e protegida pela Reserva Biológica de Comboios, gerida pelo ICMBio.
“É uma área que elas sempre desovaram e com a criação desta área protegida a gente conseguiu evitar muitas intervenções humanas que acabam afastando as tartarugas, como a especulação imobiliária e iluminação. Por se tratar de uma área protegida encontram as condições ideais para continuar reproduzindo aqui”, explicou o chefe da Reserva Biológica de Comboios Antônio de Pádua.
Durante duas noites, a equipe de reportagem acompanhou o trabalho de pesquisadores pelos 37km de área monitorada de praia na Reserva de Comboios.
Foram mais de 15 horas percorrendo a areia em caminhonete e quadriciclos, em baixa velocidade, em horários que variaram entre 21h e 4h, para flagrar uma fêmea da espécie gigante.
E no melhor momento dessa aventura foi possível presenciar a gigante do mar, tranquila, nas areias da praia, ainda se preparando para começar a desova.
Já passava da 2h, quando um grupo de pesquisadores encontrou a espécie na parte Sul da extensão da área e comunicou aos demais membros da expedição.
O g1 chegou a tempo de mostrar a tartaruga se ajeitando no local escolhido, até colocar os ovos e ir embora ganhando a imensidão do mar em meio a escuridão total da praia.
A partir do momento em que o animal é avistado, luzes vermelhas precisam ser usadas, condição ideal para o conforto das tartarugas, segundo os especialistas.
Conclua a leitura desta reportagem clicando no g1
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