
19/12/2024
A Grande Muralha da China é mundialmente conhecida e está entre as 7 maravilhas do mundo. Mas, recentemente, o país anunciou uma outra grande muralha que também merece reconhecimento. Dessa vez, estamos falando da Grande Muralha Verde, formada por cerca de 3 mil quilômetros de árvores plantadas ao redor do Deserto do Taklamakan, palavra com um significado bem forte: entre e não saia.
O Taklamakan é o segundo maior deserto de areia movediça do mundo, bem como o ponto mais distante de um oceano que é possível encontrar na Terra. As áreas ao redor do deserto estão entre as mais pobres de todo o país e sofriam com tempestades de areia constantes, que agora serão barradas por árvores de diferentes espécies.
O plantio começou há 46 anos e, na última semana, o governo chines anunciou que as árvores foram plantadas com sucesso. O cinturão verde envolve todo o deserto e faz parte dos esforços nacionais para acabar com a desertificação e conter as tempestades de areia que assolam partes do país durante a primavera.
A conclusão do projeto aconteceu na região noroeste de Xinjiang, depois que trabalhadores plantaram os últimos 100 metros de árvores na borda sul do deserto, segundo o jornal estatal Diário do Povo.
A Grande Muralha Verde começou no governo de Deng Xiaoping em 1978 com o projeto “Three-North Shelterbelt”. No total, mais de 30 milhões de hectares de árvores foram plantados, em uma trajetória que inclui muitos desafios. Problemas com o planejamento, além da escolha de espécies inadequadas levaram a altas taxas de mortandade de árvores e mudas, às vezes por falta de irrigação e às vezes por infestações de besouros.
Ecologistas também criticaram o projeto por colocar em risco fontes de água subterrânea. Apesar desses riscos e problemas, o Three-North Shelterbelt foi concluído e aumentou a cobertura florestal total da China para mais de 25% no final do ano passado, o que era de cerca de 10% em 1949. Somente em Xinjiang, a cobertura florestal aumentou de 1% para 5% nos últimos 40 anos, de acordo com o Diário do Povo.
Apesar dos esforços de plantio de árvores da China, 26,8% de suas terras totais ainda são classificadas como “desertificadas”, de acordo com dados oficiais do departamento florestal, um pouco abaixo dos 27,2% de uma década atrás.
Zhu Lidong, autoridade florestal de Xinjiang, disse em uma coletiva de imprensa em Pequim na segunda-feira que o plantio continuará enquanto o governo busca reforçar o “muro” e manter a desertificação sob controle. Zhu acrescentou que, com o conhecimento adquirido em mais de 4 décadas de trabalho, os funcionários estão conseguindo melhorar a combinação de espécies para sobreviver no clima severo.
O projeto envolveu décadas de experimentação com diferentes espécies de árvores e plantas para determinar qual é a mais resistente.
Críticos dizem que as taxas de sobrevivência têm sido frequentemente baixas e que o programa tem sido ineficaz na redução de tempestades de areia, que rotineiramente atingem a capital Pequim. A China continuará plantando vegetação e árvores ao longo da borda do Taklamakan para garantir que a desertificação seja controlada.
Em sua entrevista, Zhu contou que espera que a próxima etapa do plantio envolva árvores frutíferas que podem ajudar a combater a fome e melhorar as condições econômicas das pessoas que vivem ao redor do temível deserto.
Ele disse que as florestas de choupos no extremo norte do deserto seriam restauradas por meio do desvio das águas das enchentes, e as autoridades também estavam planejando novas redes florestais para proteger terras agrícolas e pomares no extremo oeste.
Fonte: CicloVivo
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