17/12/2024
O planeta vem se tornando mais quente há décadas, mas um aumento súbito e extraordinário nas temperaturas levou o clima a um território desconhecido, e os cientistas ainda tentam entender o motivo.
Nos últimos dois anos, os recordes de temperatura foram repetidamente quebrados por uma série tão persistente e desconcertante que colocou à prova as melhores previsões científicas disponíveis sobre como o clima funciona.
Os cientistas concordam que a queima de combustíveis fósseis foi o principal motor do aquecimento global a longo prazo e que a variabilidade climática natural pode influenciar nas temperaturas de um ano para o outro.
No entanto, o aumento do calor foi excepcional, e o debate sobre suas causas mal começou.
Alguns especialistas apontam que há menos nuvens em baixa altitude, o que permite maior passagem de raios solares.
Outros atribuem a uma diminuição da poluição do ar, que também reflete os raios solares e, por fim, a uma menor absorção de CO2 no nível das florestas e dos oceanos.
Serão necessários mais um ou dois anos para ter uma ideia mais clara do que está acontecendo.
"O aquecimento de 2023 ficou muito acima de qualquer outro ano, e 2024 será igual", disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, em novembro. "Gostaria de saber o porquê, mas não sei", acrescentou.
Quando são queimados, os combustíveis fósseis emitem gases de efeito estufa como o dióxido de carbono, que prendem o calor perto da superfície da Terra.
À medida que as emissões de combustíveis fósseis aumentaram, até alcançar um nível recorde em 2023, a temperatura média da superfície do mar e do ar subiram, em uma tendência de aquecimento consistente durante décadas.
Mas em uma onda sem precedentes, de junho de 2023 a setembro de 2024, as temperaturas globais alcançaram níveis nunca vistos, segundo a OMM (Organização Meteorológica Mundial).
O calor foi tão extremo que fez com que 2023 e 2024 fossem os anos mais quentes da história.
"O recorde do calor global dos últimos dois anos levou o planeta a um território desconhecido", disse Richard Allan, climatologista da Universidade de Reading, Reino Unido, à AFP.
O que aconteceu ficou "no limite do que poderíamos esperar com base nos modelos climáticos existentes", disse à AFP Sonia Seneviratne, climatologista da ETH Zurich.
Para os cientistas, há fenômenos climáticos habituais que podem ajudar a explicar o que aconteceu.
O ano de 2023 foi precedido por um raro fenômeno do La Niña de três anos, que teve um forte efeito de resfriamento no planeta ao empurrar o excesso de calor para as profundidas do oceano.
Essa energia foi liberada de volta para a superfície quando fenômeno oposto, o El Niño, começou a acontecer em meados de 2023, aumentando de uma só vez a média da temperatura mundial.
No entanto, o calor persistiu mesmo depois de o El Niño alcançar seu ponto máximo em janeiro.
As temperaturas não baixaram tão rápido quanto subiram, e novembro ainda foi o segundo mês mais quente já registrado.
A matéria na íntegra pode ser lida na Folha de S. Paulo
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