
16/12/2025
Considerada a mais alta honraria ambiental da ONU, o Champions of the Earth (Campeões da Terra) destaca grandes iniciativas em prol da ação climática. Neste ano de 2025, cinco líderes foram reconhecidos, dentre eles o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Em vinte edições da premiação, esta foi a primeira vez que uma instituição de pesquisa brasileira venceu a categoria de Ciência e Inovação.
O prêmio do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) homenageia anualmente cinco pessoas, grupos ou organizações. Justiça climática, emissões de metano, resfriamento sustentável, edifícios resilientes e conservação florestal são os desafios enfrentados pelos cinco projetos agraciados nesta edição. No caso do Imazon, a organização recebeu o reconhecimento pelo pioneirismo no monitoramento da floresta com tecnologias geoespaciais avançadas e inteligência artificial.
Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA, salientou o poder do uso da IA para, de fato, transformar positivamente a sociedade. “Há uma preocupação legítima com o impacto ambiental dos data centers e da IA, mas o Imazon mostrou que essas tecnologias podem ser verdadeiramente transformadoras quando aplicadas corretamente”, afirmou. “Seus modelos de previsão baseados em IA forneceram alertas precoces precisos sobre o desmatamento na Amazônia e ajudaram a melhorar a fiscalização e reduzir taxas de desmatamento. O Imazon está mostrando exatamente onde reside o verdadeiro poder da IA; apelo a outros inovadores tecnológicos para que sigam seu exemplo”, completou.
Para Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, dados socioambientais de credibilidade são essenciais para o avanço da agenda de financiamento climático para ações de mitigação, adaptação e perdas e danos. “A ciência geoespacial pode fornecer informações estratégicas para o combate ao desmatamento e à degradação florestal. E o uso da inteligência artificial aliada a essa ciência pode acelerar sua implementação com mais precisão e agilidade”, exemplifica.
Atuando há 35 anos em prol da conservação e do desenvolvimento sustentável da Amazônia, o instituto Imazon tem na tecnologia o trunfo para se manter relevante. Se as ferramentas geoespaciais trouxeram transparência aos dados de desmatamento e degradação, a “introdução do uso da Inteligência Artificial mostra que a ciência está sempre aberta a novos aliados para levar benefícios concretos às comunidades e preservar a biodiversidade”, afirma Rita Maria Pereira, diretora-executiva do Imazon. Segundo Rita, “os maiores beneficiados pelas soluções criadas pelo Imazon são os povos que vivem na Amazônia, cujas vidas e territórios defendemos”.
Com sede em Belém, no Pará, o Imazon é uma instituição científica sem fins lucrativos, cujas mais de mil pesquisas publicadas contribuíram para reduzir o desmatamento, criar áreas protegidas, escalar o manejo florestal e a sociobioeconomia, empoderar povos e comunidades tradicionais e restaurar a floresta. A instituição ainda criou os primeiros sistemas de monitoramento da Amazônia por imagens de satélite da sociedade civil, o SAD e o Simex, e a primeira plataforma de previsão de desmatamento na região por inteligência artificial, a PrevisIA.
Antes do Imazon, a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, havia sido homenageada em 2024 na categoria Liderança Política. Também a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já foi agraciada em edições anteriores.
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