
11/12/2025
A combinação entre ciência e ferramentas geoespaciais impulsionadas por inteligência artificial para frear o desmatamento garantiu ao Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) o prêmio Campeões da Terra 2025 —a maior honraria ambiental da ONU (Organização das Nações Unidas).
O anúncio aconteceu nesta quarta-feira (10) durante cerimônia em Nairóbi, no Quênia. Além da ONG brasileira, outros quatro vencedores foram anunciados.
Segundo o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), o Imazon fortaleceu a governança florestal, apoiou milhares de processos judiciais e revelou a escala do desmatamento ilegal na amazônia, o que levou ao prêmio na categoria ciência e inovação. É a primeira vez que uma entidade do terceiro setor do Brasil recebeu esse reconhecimento.
O Imazon é uma instituição científica brasileira que tem como objetivo a conservação e o desenvolvimento sustentável da amazônia. Em 35 anos, a ONG calcula ter publicado mais de mil trabalhos.
Em outras edições, três brasileiras foram agraciadas na categoria liderança política. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, foi homenageada no ano passado, enquanto, em 2013, a vencedora foi a então ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Marina Silva foi reconhecida em 2007, durante sua primeira passagem pela chefia da pasta ambiental.
O prêmio ocorre anualmente desde 2005.
Já na categoria liderança política a vencedora de 2025 foi a ONG Estudantes das Ilhas do Pacífico Lutando contra a Mudança Climática. O grupo obteve um parecer histórico da Corte Internacional de Justiça, afirmando as obrigações legais dos Estados de prevenir danos climáticos e proteger os direitos humanos. A campanha inspira a legislação climática global e empodera nações vulneráveis, segundo o júri.
Na categoria inspiração e ação, a laureada é Supriya Sahu, secretária-chefe adjunta do governo do estado indiano Tamil Nadu. Ela é pioneira em resfriamento sustentável e restauração de ecossistemas. A iniciativa criou 2,5 milhões de empregos verdes, o que ampliou a cobertura florestal e integrou a adaptação térmica à infraestrutura, beneficiando 12 milhões de pessoas, segundo a premiação.
A arquiteta nigerina Mariam Issoufou ganhou a categoria visão empreendedora. Diretora e fundadora da empresa que leva seu nome, ela utiliza a chamada refrigeração passiva para baixar a temperatura em 10°C sem ar-condicionado. Com o uso de materiais locais, a proposta altera o design de edifícios na região do Sahel, na África.
Manfredi Caltagirone (1979-2025) recebeu homenagem póstuma por sua carreira. Ele foi chefe do Observatório Internacional de Emissões de Metano do Pnuma. Seu trabalho influenciou a primeira regulamentação da União Europeia sobre emissões do gás.
Fonte: Folha de S. Paulo
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