
09/12/2025
A Lagoa Rodrigo de Freitas pode ganhar um centro de apoio à fauna silvestre. A proposta, apresentada em janeiro de 2025 pelo biólogo Mario Moscatelli e pela arquiteta Carolina Moscatelli, será levada pelo vereador Flavio Valle, presidente da Comissão de Turismo da Câmara Municipal, a uma reunião com o vice-prefeito Eduardo Cavaliere para discutir soluções voltadas à conservação adequada do sistema lagunar.
O anúncio do encontro entre o vereador e o vice-prefeito acontece dias após Moscatelli ir às redes sociais para protestar contra o corte de vegetação, inclusive mangues-vermelhos, pela prefeitura. Segundo o biólogo, a ação levou à perda de um trabalho de recuperação da vegetação local iniciado há três décadas. Valle diz que, além de apresentar o projeto do centro de apoio à fauna, encaminhará um requerimento de informação à prefeitura para esclarecer os motivos da poda.
O projeto do centro de apoio visa a oferecer atendimento veterinário emergencial mais rápido aos animais que hoje habitam a região, especialmente as capivaras, que voltaram a frequentar as margens da lagoa após décadas. A iniciativa nasceu de uma necessidade concreta, de acordo com o biólogo: a base da patrulha ambiental que atende a região fica no Parque Municipal de Marapendi, no Recreio dos Bandeirantes, a 35 quilômetros de distância.
De acordo com o documento de Moscatelli, um dos casos que chamaram a atenção aconteceu em dezembro de 2024, quando uma capivara ferida, provavelmente em disputa territorial, não pôde ser socorrida a tempo. Quando a equipe chegou ao local, o animal já havia entrado na água e não foi possível realizar o resgate. Para ele, o episódio evidenciou a urgência de uma estrutura local para atendimento emergencial na Zona Sul da cidade.
— Destaco que a ideia central é dispormos de uma infraestrutura capaz de dar suporte à gestão e principalmente apoio emergencial à fauna nativa da Lagoa e da Zona Sul, visando a seu posterior deslocamento para os centros de reabilitação. A proposta inicial é essa do centro de apoio, mas ainda está sendo avaliada também uma base de apoio móvel. O importante é ter o apoio institucional da prefeitura do Rio e econômico da iniciativa privada para dar suporte financeiro ao projeto— afirma Moscatelli.
O processo de recuperação dos manguezais da Lagoa começou em outubro de 1989, sob coordenação do biólogo. Inicialmente, foram plantadas 4.500 mudas que, ao longo das décadas, ganharam capacidade de se espalhar espacialmente e se regenerar sem intervenção humana.
O centro de apoio seria instalado em um canteiro próximo à colônia de pescadores e ao centro de educação ambiental da Secretaria estadual do Meio Ambiente, estrategicamente posicionado entre dois deques que permitiriam uso de barco para deslocamento rápido pela lagoa.
Pelo projeto de Moscatelli, a estrutura seria composta por dois módulos habitáveis de 6 metros de comprimento por 2,44 metros de largura e 2,78 metros de altura, construídos com painéis isolantes termoacústicos originados da reciclagem de plástico, uma solução ecológica e de baixo custo.
Os módulos ficariam suspensos sobre blocos de concreto de 50 centímetros de altura, uma forma de prolongar sua vida útil e permitir a circulação de répteis como calangos por baixo da construção. Um carro elétrico ficaria a postos no local, para agilizar o deslocamento por terra da equipe de apoio.
Fonte: O Globo
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