
23/10/2025
A Casa Seva e a MateriaLAB Design inauguram uma parceria inédita que coloca a terra como protagonista do design contemporâneo, em uma mostra que valoriza experimentações sensíveis e o diálogo entre ancestralidade, técnica e futuro. Com curadoria de Carol Piccin, da MateriaLAB, e Carolina Pileggi, da Casa Seva, a exposição “Matéria.Design – A Terra” está aberta ao público até 22 de novembro, na Vila Modernista, em São Paulo. A mostra reúne cinco obras desenvolvidas por estúdios e designers convidados a explorar a terra como matéria-prima: Argus Caruso e André Bastos, Diego Motta (Attom Design), d.Propósito, Suite Design e Superlimão.
Entre os destaques está “Vasos Dedo Verde”, criação de Argus Caruso e André Bastos, feita a partir da técnica ancestral do pau a pique. Inspirada no livro O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon — uma fábula sobre pureza, respeito, compaixão e a força dos pequenos gestos para transformar o mundo —, a peça transcende o material e transforma o barro em poesia. Para Caruso, “a terra é o primeiro abrigo do homem e o seu primeiro material de construção. Trabalhar com a terra é um retorno às origens, um diálogo entre ancestralidade e futuro. Cada camada moldada traz uma marca do tempo, da mão e da memória, é uma forma de projetar o amanhã sem se desconectar do que somos”.
As outras quatro obras aprofundam o olhar sobre o tempo, a matéria e a regeneração. A “Mesa Erosão”, da Suite Design, reflete sobre como o tempo esculpe a matéria, unindo uma base de taipa de pilão — desenvolvida por André Heise, da Taipal Brasil — e plástico reciclado do grupo Abdol, revelando o essencial oculto sob o excesso. O estúdio Superlimão apresenta “Costura da Terra”, luminária composta por fragmentos cerâmicos ligados por fios de cobre, um gesto poético que reconstrói o que foi quebrado e une tecnologia e artesania.
O “Banco Reverso”, da d.Propósito, criado em parceria com os designers Fábia Toqueti e Bruno Camarotti, estabelece um diálogo entre taipa e madeira entalhada, onde as texturas se espelham e a matéria revela sua memória viva. Já a “Luminária Solo”, de Diego Motta (Attom Design) e Marcela Ary (Bioseri), une madeira e a técnica marroquina Tadelakt, mesclando argila, feno e peroba-rosa de demolição. O resultado é uma peça que combina leveza e firmeza, com o brilho artesanal do polimento natural marroquino.
Juntas, as cinco criações formam uma coleção potente e diversa, na qual design e natureza se entrelaçam para propor futuros mais conscientes e regenerativos. “Escolhemos a terra como ponto de partida para esta edição por sua força simbólica, ancestral e urgente. Em um momento em que os modelos de produção aceleram o esgotamento dos recursos naturais, olhamos para a terra muito mais do que um material: é território, é memória, é sustentação da vida, que traz um convite à reconexão com os ciclos da natureza, com os saberes ancestrais e com modos mais conscientes de criar e habitar o mundo”, afirmam as curadoras.
A exposição marca o primeiro fruto da parceria entre a Casa Seva, espaço independente voltado à arte, cultura e sustentabilidade, e a MateriaLAB Design, hub de inovação sustentável que incentiva o uso consciente de recursos e o acesso a materiais regenerativos. As obras exploram técnicas tradicionais — como taipa e pau a pique —, pigmentos minerais e acabamentos naturais, ressignificando saberes antigos sob a ótica do design contemporâneo.
Veja o serviço da exposição clicando no CicloVivo
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