
21/10/2025
Quem mora no centro histórico de Salvador, na Bahia, já deve ter visto um tuk tuk colorido e elétrico passando pela porta. É o projeto “Roda, a reciclagem na sua porta” lançado pela prefeitura no final de julho deste ano. Por meio da iniciativa, moradores podem descartar gratuitamente resíduos recicláveis com a mesma facilidade com que descartam resíduos comuns do dia a dia.
A ação, desenvolvida em parceria com a startup Solos e o programa internacional Urban Ocean (da Resilient Cities Network), testa um novo modelo de reciclagem urbana, onde os moradores podem fazer o agendamento on-line para a retirada dos resíduos. O retorno tem sido favorável. Em setembro, completando um mês de funcionamento, o programa obteve um saldo de 8.364,46 kg de resíduos recicláveis recolhidos, uma média de 300 kg por dia de operação. Ao menos, 189 estabelecimentos comerciais e 29 pessoas físicas já estão participando.
“O que estava faltando era a oportunidade. Com o acesso gratuito e na porta, já estamos com uma taxa de quase 40% de participantes agendados, em comparação com os total de pessoas que nós mobilizamos diretamente”, afirma Saville Alves, líder de negócios e cofundadora da Solos. “Nos próximos meses, esperamos aumentar o volume de entrega por participante, melhorar a qualidade do resíduo destinado e aumentar os ganhos para a cooperativa parceira”, completa.
Ainda em fase piloto, o programa será realizado até dezembro de 2025 para validar a adesão da população. A ideia é que sirva como base para a expansão do modelo a outras localidades da capital baiana.
A coleta seletiva porta a porta no Centro Histórico com triciclos elétricos abrange áreas como o Santo Antônio Além do Carmo, a Baixa dos Sapateiros, Saúde, Pelourinho, Rua Chile, Rua Carlos Gomes, Largo Dois de Julho, Avenida Sete de Setembro, Rua da Mouraria e Avenida Joana Angélica. As coletas ocorrem de segunda a sexta-feira.
Por meio do site ou pelo número de WhatsApp (71) 99957-8803, é possível agendar as coletas de materiais como plástico, vidro, alumínio, ferro, papel e papelão. Além dos moradores, também podem participar os comerciantes, órgãos públicos e do terceiro setor.
Todos os materiais coletados são destinados para a CRUN (Cooperativa de Reciclagem União Nazaré), contratada via licitação, que atua há mais de 15 anos no território do Centro.
A utilização do veículo elétrico evita a emissão de CO2 na atmosfera e ainda é silencioso, algo bem vindo nos conturbados centros urbanos.
O secretário da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler, afirma que a escolha pela região foi estratégica pela complexidade socioeconômica, a diversidade de imóveis (residenciais, públicos e comerciais) e a forte atuação dos catadores autônomos. Ele também ressaltou a importância da separação correta dos resíduos.
“O material precisa estar limpo. Se chegar contaminado, com restos de alimento, por exemplo, pode ser descartado na cooperativa e não ser reciclado”, diz. Por meio do WhatsApp, é possível esclarecer dúvidas e receber sugestões de educação ambiental.
De acordo com o relatório Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil 2024, da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), a taxa de reciclagem no país segue abaixo de 10%, o que evidencia a urgência de iniciativas como o Roda. O projeto evita que materiais com potencial de retorno à cadeia produtiva sejam destinados ao aterro sanitário.
Além deste, há ainda o programa Recicla Salvador, com 20 pontos de coleta espalhados em diversos bairros. Neste caso, a população leva materiais para serem reciclados em troca de alimentos e pontos que podem ser revertidos em descontos, seja em cursos ou em estabelecimentos comerciais.
Fonte: CicloVivo
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