
21/10/2025
A maioria dos países na agência marítima da ONU votou nesta sexta-feira (17) para adiar em um ano a decisão sobre a criação de um preço global de carbono no transporte marítimo internacional, após não haver consenso sobre a medida de redução de emissões em meio à pressão dos Estados Unidos.
A decisão de adiar o acordo é um revés para a União Europeia e outros países, entre eles o Brasil, que vinham pressionando o setor marítimo global a adotar práticas mais sustentáveis e estabelecer um mecanismo de precificação para a descarbonização.
Washington e Riad, os dois maiores produtores de petróleo do mundo, se opuseram firmemente à proposta durante as negociações realizadas em Londres, na IMO (sigla em inglês para Organização Marítima Internacional).
O governo de Donald Trump busca fortalecer o poder econômico dos EUA —inclusive ampliando sua influência no transporte marítimo global— e tem usado tarifas como instrumento para obter condições mais vantajosas junto aos parceiros comerciais de Washington.
Após dias de impasse, a Arábia Saudita apresentou nesta sexta-feira (17) uma moção para adiar as discussões por um ano, aprovada por maioria simples de 57 países, enquanto 49 votaram contra e defendiam seguir adiante com um acordo.
Trump já havia pedido na véspera da votação que os Estados-membros da IMO rejeitassem a proposta, afirmando em sua rede social Truth Social que Washington "não aceitará esse novo imposto verde global fraudulento sobre o transporte marítimo e não o seguirá de forma alguma".
"O adiamento deixa o setor marítimo à deriva em meio à incerteza", disse Faig Abbasov, diretor de transporte marítimo da ONG ambiental Transport & Environment.
A IMO havia firmado em abril um acordo preliminar para taxar as emissões do transporte marítimo global, depois que os EUA se retiraram das negociações —movimento que levou Washington a ameaçar impor restrições de visto e sanções a países que votassem a favor.
Composta por 176 países-membros, a IMO é responsável por regulamentar a segurança e a proteção do transporte marítimo internacional e por prevenir a poluição.
"Não é hora de comemorar. Há preocupações que ainda precisamos enfrentar", disse o secretário-geral da IMO, Arsenio Dominguez, em suas observações finais aos delegados.
O transporte marítimo global responde por quase 3% das emissões de dióxido de carbono no planeta. Cerca de 90% do comércio mundial é feito por via marítima, e essas emissões tendem a crescer na ausência de um mecanismo acordado.
Fonte: Folha de S. Paulo
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