
16/10/2025
A maioria dos brasileiros avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria proibir a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, uma região com vários desafios socioambientais, mas com elevado potencial petrolífero. Os dados são de uma pesquisa nacional do instituto Datafolha.
O levantamento, encomendado pela organização de responsabilização corporativa Ekō, ouviu 2.005 brasileiros antes da COP30, evento climático que ocorre em Belém, no próximo mês.
A pesquisa foi feita com entrevistados de 16 anos ou mais, de forma presencial, em 112 municípios de todas as regiões do país, entre 8 e 9 de setembro deste mês. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Segundo o levantamento, 61% dos entrevistados opinaram que Lula deveria proibir a extração de petróleo na Foz do Amazonas, em momento em que a Petrobras busca perfurar um poço exploratório na região para verificar a existência de reservas petrolíferas.
A rejeição é ainda mais expressiva entre os jovens de até 24 anos, faixa etária em que 73% são contra o projeto, que aguarda há anos por licenciamento, ainda sem o aval do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Em nota, a Petrobras afirma que os resultados causam estranheza, pois são bastante divergentes de uma série de pesquisas de opinião realizadas pela empresa sobre Margem Equatorial nos últimos anos.
"O levantamento mais recente, conduzido no segundo trimestre de 2025, mostra que o tema ainda é pouco conhecido pela população. Muitos entrevistados associam equivocadamente as operações à foz do rio Amazonas. Na realidade, os blocos se distribuem por uma ampla faixa do litoral brasileiro, em áreas marítimas distantes de manguezais e ecossistemas sensíveis".
Ainda segundo o texto da Petrobras, no Amapá, por exemplo, o bloco em avaliação fica em águas profundas, a cerca de 160 km da costa e mais de 500 km da foz do Amazonas. Apesar do conhecimento limitado, a pesquisa aponta alta confiança na Petrobras e no Ibama para decidir sobre a exploração.
"Os benefícios percebidos superam os receios: geração de empregos, melhoria da infraestrutura, apoio a projetos ambientais e atração de investimentos", diz o texto.
Com o poço, em águas profundas do Amapá, a Petrobras quer investigar um amplo potencial identificado pela indústria para descobertas de reservas de petróleo, com expectativa de abrir uma nova fronteira exploratória. As perguntas da pesquisa não mencionam a estatal petrolífera.
Entretanto, a companhia vem enfrentando forte resistência de grupos da sociedade e até mesmo de parte de integrantes do governo federal, embora o presidente Lula tenha defendido publicamente diversas vezes o direito de o Brasil conferir o potencial de reservas de petróleo na área.
O Ibama afirmou ao final de setembro ter aprovado um simulado de emergência na área onde o poço será perfurado, mas solicitou ajustes à Petrobras, antes de apresentar sua decisão final sobre o licenciamento. A empresa ainda aguarda uma resposta do órgão ambiental.
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