
11/09/2025
Desde o início da era industrial, a economia global tem exigido cada vez mais combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, para sustentar o crescimento.
No entanto, está cada vez mais claro que os esforços da China para vender baterias, painéis solares e turbinas eólicas ao mundo estão prestes a encerrar essa era, segundo um novo relatório.
O domínio chinês nas indústrias de energia limpa está "criando as condições para uma queda no uso de combustíveis fósseis", de acordo com o relatório da Ember, um grupo de pesquisa focado nas perspectivas das tecnologias de energia limpa.
O relatório inclui um vasto conjunto de dados para sustentar essa afirmação.
A escala da produção chinesa desde 2010 fez com que os preços dessas tecnologias caíssem entre 60% e 90%, segundo os pesquisadores.
No ano passado, mais de 90% dos projetos de energia solar e eólica no mundo geraram eletricidade mais barata do que a alternativa fóssil mais barata disponível, segundo o texto. Essa vantagem de custo poderia parecer absurda antes de a China começar a investir bilhões de dólares em subsídios para o setor.
"A China é o motor", disse Richard Black, autor do relatório. "E está mudando o cenário energético não apenas internamente, mas em países ao redor do mundo."
Se Pequim está tentando tomar para si o futuro da energia, o principal concorrente seria os Estados Unidos, maior produtor e exportador mundial de petróleo e gás. O governo Trump eliminou quase todo o apoio federal às energias renováveis e pressionou países a comprarem combustíveis fósseis americanos como parte de acordos comerciais.
A queda nos custos da energia renovável, no entanto, significa que muitos países, especialmente os mais pobres, têm um forte incentivo para reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis.
Segundo o relatório da Ember, os custos decrescentes da energia gerada por instalações solares e eólicas fabricadas na China permitiram que países como México, Bangladesh e Malásia ultrapassassem os Estados Unidos nos últimos anos em termos de uso de eletricidade renovável (em vez de combustíveis fósseis) em atividades cotidianas como aquecimento e refrigeração de edifícios ou abastecimento de veículos.
Em toda a África, as importações de painéis solares da China aumentaram 60% nos últimos 12 meses, e 20 países africanos importaram uma quantidade recorde nesse período, segundo um estudo separado da Ember.
As empresas americanas, que não fabricam painéis solares ou turbinas eólicas em escala comparável à das chinesas, estão em grande desvantagem. As empresas chinesas agora fornecem 80% dos painéis solares e 60% das turbinas eólicas no mundo, segundo a Ember.
A China busca dominar a energia renovável tanto por razões econômicas quanto para proteger sua segurança nacional, reduzindo sua dependência de importações de petróleo, mas as implicações para a saúde do planeta são imensas.
O consenso científico há muito tempo aponta que uma queda acentuada no uso de combustíveis fósseis é a maneira mais eficaz de desacelerar as mudanças climáticas.
"Por muito tempo, as economias emergentes enfrentaram o que parecia ser um dilema entre crescimento e sustentabilidade", disse Suwit Khunkitti, ex-vice-primeiro-ministro da Tailândia. O relatório da Ember "desafia essa suposição", afirmou.
É claro que alguns países podem não querer depender tanto da tecnologia chinesa por razões geopolíticas e poucos países em desenvolvimento têm capacidade de investimento para instalar os sistemas de transmissão e armazenamento de energia que permitiram à China transformar sua própria rede elétrica tão rapidamente.
A matéria completa pode ser lida na Folha de S. Paulo
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