
07/08/2025
Imagine um copo prestes a transbordar. Por fora, tudo parece estável — até que uma última gota derruba tudo. Na ciência do clima, essa "última gota" representa os pontos de não retorno: marcos críticos a partir dos quais mudanças ambientais se tornam irreversíveis. Não se trata apenas de degradação, mas de colapsos completos nos ecossistemas, cujas consequências podem escapar do controle humano.
Um exemplo emblemático é a floresta Amazônica, que, segundo um estudo recente publicado na revista Nature, pode atingir seu ponto de não retorno até 2050. Os cientistas alertam que até 47% da floresta está exposta a fatores de estresse como aumento da temperatura, intensificação da estação seca, desmatamento e queimadas.
Nesse cenário, o bioma deixaria de se regenerar e passaria a se degradar progressivamente, transformando-se em ecossistemas empobrecidos, como savanas ou áreas abertas dominadas por espécies invasoras.
O risco, no entanto, não está restrito à Amazônia. De acordo com um estudo da Universidade de Exeter, financiado pelo Fundo Bezos Earth, o planeta já se aproxima de cinco pontos de inflexão globais.
Eles incluem:
* o colapso dos recifes de corais em águas quentes,
* o derretimento do permafrost (solo congelado que armazena carbono),
* o derretimento das geleiras da Groenlândia e da Antártida Ocidental,
* morte das florestas boreais no hemisfério norte.
Esses eventos não ocorrem isoladamente. Uma vez disparados, os pontos de não retorno podem interagir e se reforçar mutuamente. O derretimento do permafrost, por exemplo, libera metano, um gás de efeito estufa potente, que acelera o aquecimento global — que por sua vez favorece o colapso de outras regiões. É uma cadeia que pode escapar ao controle das políticas climáticas tradicionais.
Frear o avanço rumo ao ponto de não retorno exige uma mudança urgente na forma como lidamos com o planeta. Isso passa por conter o desmatamento, reduzir emissões, proteger os biomas e, acima de tudo, tratar a crise climática com a gravidade de uma emergência global.
Fonte: g1
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