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Mineração: entenda a diferença entre barragens, pilhas de rejeito e pilhas de estéril

08/07/2025

Na mineração, os rejeitos são produzidos após a lavagem do minério. Esse material com pouco ou nenhum valor econômico pode ser depositado de duas maneiras:

* em barragens, em que o material é depositado em camadas sucessivas e misturado com água;
* em pilhas de rejeito, em que o material é drenado e empilhado a seco.

As pilhas de rejeito têm sido utilizadas pelas mineradoras como uma alternativa mais segura às barragens, depois da morte de quase 300 pessoas nas cidades de Brumadinho e Mariana, em 2015 e 2019.

Entenda as diferenças

Barragens a montante: são estruturas nas quais os rejeitos de minérios são depositados em camadas sucessivas e misturados com água, formando uma espécie de lama. Novas barragens desse tipo estão proibidas no Brasil após a tragédia de Brumadinho, porque estão mais suscetíveis a acidentes.

Pilhas de rejeito: essas estruturas são como montanhas de lixo da mineração, formadas pelo material sem valor econômico que resta após a lavagem do minério e a drenagem da água. O rejeito é drenado e empilhado a seco.

Pilhas de estéril: todo empreendimento minerário tem as pilhas de estéril, estruturas formadas pelo material que está entre a superfície do solo e o minério, principalmente areia e rochas.


A disposição dos resíduos em pilhas passou a dominar o setor de mineração nos últimos anos, de acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais.
Segundo relatório anual da Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão federal responsável pela gestão de mineradoras, o país tem mais de 3 mil pilhas de rejeito, de estéril ou mistas.
Dessas, 232 são apenas de rejeitos, sendo 41 da mineração de ferro -- que produz as pilhas mais altas -- e de ouro, que tem as substâncias mais tóxicas, como arsênio, cianeto e mercúrio.
Dados da Vale, a maior mineradora do país e responsável pelas barragens que romperam em Minas Gerais, mostram que houve aumento no número de pilhas de rejeito. Hoje, 70% dos rejeitos da mineradora estão armazenados em pilhas e não em barragens. Esse número era de 40% em 2014.
Já a Samarco, outra responsável pelo rompimento da barragem em Mariana, filtra e empilha atualmente cerca de 80% dos rejeitos de minério que produz, uma mudança que vem sendo feita desde 2020.
De acordo com o engenheiro Júlio Grillo, ex-superintendente do Ibama de MG, o material seco que é depositado nas pilhas tende a se acomodar mais rapidamente e alcança uma área menor do que a lama, em caso de rompimento. Por isso, o potencial de dano é menor. No entanto, a falta de fiscalização e de transparência quanto aos cálculos que definem as dimensões das pilhas preocupam.
Se, por um lado, as pilhas de rejeito têm menor potencial de dano que as barragens, por outro, são mais instáveis que as pilhas de estéril.
Isso acontece porque, embora o rejeito seja drenado, ainda resta certa umidade, segundo o engenheiro Euler Cruz, presidente do Fórum Permanente São Francisco, uma entidade da sociedade civil que se dedica à segurança da população em áreas de mineração em Minas Gerais.
“As pilhas de rejeito precisam ter um sistema de drenagem dessa água que sobra depois que o material é empilhado”, explicou o engenheiro.
Mesmo com potencial de dano menor, diferente das barragens, ainda não há regulamentação e protocolo de fiscalização das pilhas da mineração, sejam elas de rejeito ou de estéril. O governo federal prevê definir regras até 2026.

Fonte: g1

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