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Por que Portugal está soltando bovinos e cavalos na natureza

17/04/2025

O tauros, uma versão do extinto gado auroque, está sendo introduzido no vale do Côa, em Portugal.
Em uma manhã fria e enevoada, uma manada de cavalos Sorraia, uma raça local ameaçada de extinção, come capim e pequenos arbustos, com seus corpos curtos e robustos envoltos na névoa do rio Côa, nas montanhas do nordeste de Portugal.
À medida que o sol nasce e a névoa começa a se dissipar, ela revela os profundos desfiladeiros do vale do Côa, onde abutres e águias nidificam nas falésias.
Mais ao sul, uma manada de grandes bovinos pretos e castanhos, com chifres longos, corre com agilidade. Conhecidos como tauros, esses bovinos são uma versão criada do extinto auroque, o ancestral selvagem da vaca moderna.
Os cavalos e tauros foram soltos pela Rewilding Portugal, uma organização sem fins lucrativos cuja missão é criar um corredor de vida selvagem de 1.200 km² ao longo do rio Côa, melhorando a conectividade de habitats entre o rio Douro, a norte, e a serra da Malcata, a sul.
"Promovemos o retorno de espécies selvagens e substituímos as extintas, como o auroque e o cavalo-bravo", afirma Pedro Prata, responsável pela Rewilding Portugal.
Desde a sua criação em 2019, a organização já libertou duas manadas de 20 cavalos Sorraia e 15 tauros numa área de cerca de 20 km² para restaurar os processos naturais com pastoreio natural.
Há milhares de anos, os ancestrais selvagens do gado bovino e do cavalo vagavam livremente pela região do Côa, migrando em grandes rebanhos e desempenhando um papel fundamental na manutenção dos ecossistemas de pastagens.
Os animais eram tão importantes que nossos ancestrais decidiram pintar e gravar suas imagens em cavernas e pedras.
Ao longo do vale do Côa, representações de auroques, cavalos selvagens e outras criaturas que datam de 24 mil anos foram esculpidas nos afloramentos de xisto.
A área abriga uma das maiores concentrações de arte rupestre paleolítica a céu aberto e é reconhecida como Patrimônio Mundial da Unesco.
Com seus chifres longos e corpo maciço, o auroque aparece com destaque nas gravuras. Outrora o maior mamífero terrestre da Europa, o auroque foi extinto no século 17 devido à caça excessiva e à perda de habitat.
O último exemplar da espécie morreu na Polônia em 1627; um dos primeiros casos de extinção registrados.
Mas esforços recentes estão tentando trazer de volta esses poderosos herbívoros. A Rewilding Portugal firmou uma parceria com a Fundação Taurus, uma organização holandesa dedicada à criação de bovinos que possam prosperar nas paisagens selvagens da Europa.
"Queríamos desenvolver um substituto para o que os auroques costumavam ser", diz o ecologista Ronald Goderie, diretor da Fundação Taurus, que iniciou um programa de reprodução em 2008. Embora os auroques estejam extintos, seus genes sobrevivem no gado doméstico.
A fundação tem usado um método conhecido como cruzamento cruzado para combinar raças de gado no sul da Europa que ainda mantêm algumas das características de seus ancestrais auroques: grande estatura, pernas longas, constituição esbelta e grandes chifres curvados para a frente.

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