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Mudança climática e microplásticos ameaçam reservas de água e oceanos pelo mundo

25/03/2025

Recursos hídricos continentais e oceanos, que fornecem água para consumo humano, sustentam a produção de alimentos e a vida aquática, enfrentam desafios crescentes impostos pelas mudanças climáticas —que alteram a distribuição de chuvas e a temperatura— e pela poluição por microplásticos.
"A água está sob ataque", constata Loïc Fauchon, presidente do Conselho Mundial da Água, organização internacional que reúne governos, empresas, cientistas e sociedade civil para promover a gestão sustentável dos recursos.
Para Fauchon, os inimigos são três: pouca água, água em excesso e água de má qualidade –e agora eles devem ser combatidos ao mesmo tempo, graças às mudanças climáticas, ao crescimento populacional explosivo em algumas regiões do planeta e à poluição. Neste sábado (22), em meio a esses desafios, é celebrado o Dia Mundial da Água.
"Nossa geração considerava que o mundo da água estava dividido em dois: o da aridez e o da umidade. Hoje já não é mais o caso. Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita tiveram inundações catastróficas no ano passado e são países secos. Vamos ter de reconfigurar totalmente o investimento em regiões onde só conhecíamos aridez ou umidade", diz.
"Vamos ter de consumir menos e produzir mais [água potável]. Adotar técnicas de transferência de água, reciclagem e dessanilização", afirma também.
Estudo lançado pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) no ano passado indicou que as mudanças climáticas podem levar a uma redução na disponibilidade de água de até 40% nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste até 2040.
"O cenário é preocupante. Precisamos construir infraestrutura para reservar água em todo o país e infraestrutura de drenagem urbana para lidar com enchentes", afirma Veronica Sánchez da Cruz Rios, diretora-presidente da ANA.
"São iniciativas integradas, nos vários setores produtivos —geração de energia, agroindústria, abastecimento humano, planejamento urbano—, necessárias para que essa realidade não engesse o crescimento do país nos próximos anos", completa.
Dados divulgados nesta sexta-feira (21) pela plataforma colaborativa MapBiomas mostraram que o Brasil perdeu pouco mais de 3% da área coberta por água nos últimos 40 anos em relação à média da série histórica, iniciada em 1985.
O pantanal foi o bioma mais prejudicado –no último ano, chegou a perder cerca de 60% da lâmina hídrica em relação à média das quatro décadas.
A perda de recursos hídricos expõe o problema da distribuição da água no Brasil. Segundo dados do MapBiomas, a amazônia é o bioma mais rico, com 61% da superfície de água do país, mas está longe das maiores cidades brasileiras e abriga pouco menos de 14% da população brasileira –segundo estimativa do IBGE de 2022 para a Amazônia Legal.
"Aprendemos na escola que o Brasil é um país abundante em água. De fato, temos muita água, mas o cenário dos últimos 25 anos mostra uma situação crítica. Isso acende um alerta sobre a necessidade urgente de fortalecer políticas públicas e a regulação dos recursos hídricos", diz Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água.
Veronica Rios, da ANA, destaca que, no Brasil, "já há conflitos pelo uso da água, principalmente em regiões onde a disputa é entre geração de energia e agricultura". "Temos mais solicitantes de autorizações de uso do que a água disponível em 2025", resume.
Para Marcel Sanches, presidente da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), é preciso buscar flexibilidade na matriz de recursos hídricos.
"Não se trata apenas de água superficial, como o armazenamento em mananciais, mas também de considerar o uso de água subterrânea para abastecimento humano. Já temos tecnologia suficiente para utilizar, mesmo que de forma indireta, a água de reúso", afirma.

A reportagem na íntegra pode ser lida na Folha de S. Paulo

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