23/01/2025
Um investidor do mercado de carbono apoiado pela casa de comércio suíça Mercuria disse nesta quarta-feira (22) que se uniu a duas organizações sem fins lucrativos para levantar um valor inicial de US$ 1,5 bilhão (R$ 9,02 bilhões) para ajudar a proteger a amazônia, trabalhando com os estados brasileiros, agricultores e comunidades locais.
A "Corrida para Belém", uma referência à cidade que sediará a próxima rodada de negociações climáticas globais em novembro, tem como objetivo vender créditos vinculados à preservação da maior floresta tropical do mundo.
A iniciativa é a primeira grande campanha da Silvania, um veículo de investimento de US$ 500 milhões (R$ 3,01 bilhões) em natureza e biodiversidade, que trabalha com a Conservation International e a The Nature Conservancy.
Em um esforço para evitar as críticas que alguns projetos anteriores enfrentaram em relação ao seu impacto no mundo real, o novo plano buscará o acordo de todos os níveis de governo, agricultores e comunidades afetadas, e será realizado em uma área muito maior.
A medida ocorre após o recorde de altas temperaturas em todo o mundo no ano passado, o que está levando a amazônia a se aproximar do ponto em que se tornará um emissor líquido de emissões de carbono, tornando ainda mais difícil atingir a meta acordada mundialmente de limitar o aquecimento global.
Isso também ocorre dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou a maior economia do mundo do Acordo de Paris e em um cenário de enfraquecimento dos compromissos corporativos, enquanto os governos estão se movendo muito lentamente para promulgar políticas que ajudarão a atingir sua meta.
O presidente-executivo da Corrida para Belém, Keith Tuffley, disse, após o lançamento do esquema no Tocantins, que a esperança é que outros estados participem e que a meta inicial de financiamento de US$ 1,5 bilhão este ano seja ultrapassada.
"O consenso é que o envolvimento do setor privado é agora mais importante do que nunca. A urgência de enfrentar os desafios climáticos só aumentou, e a Corrida para Belém destaca isso ao buscar investimentos privados transformadores", afirmou Tuffley em Davos, durante a reunião do Fórum Econômico Mundial.
Para ajudar a dar o pontapé inicial no projeto, a Silvania disse que dará US$ 1 (R$ 6,013) em capital inicial aos estados para cada tonelada de créditos comprados, até atingir um total de US$ 100 milhões (R$ 601,3 milhões).
O preço por tonelada será negociado com os possíveis compradores e poderá resultar em centenas de milhões de toneladas de economia de carbono, comentou Tuffley. A implantação começará imediatamente, com fases adicionais implementadas ao longo de três a cinco anos.
Os créditos emitidos sob o plano serão classificados como créditos de Redução Jurisdicional de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, ou JREDD+. Os projetos JREDD+ existentes estão em andamento em países como Guiana, Gana e Costa Rica.
Termine de ler esta reportagem acessando a Folha de S. Paulo
Despoluição da baía de Guanabara é novela interminável
04/02/2025
Mais de mil gaiolas compõem obra artística em favor dos animais
04/02/2025
6,4 toneladas de resíduos foram coletados no dia de Iemanjá
04/02/2025
Poluição por esgoto em Fernando de Noronha já afeta até área do parque nacional, mostra estudo
04/02/2025
Apenas 5% das condenações por desmatamento ilegal na Amazônia geram indenizações pagas, aponta Imazon
04/02/2025
Energia solar ficou mais barata para o consumidor no fim de 2024
04/02/2025