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Estudante desenvolve máquina que remove microplásticos do solo

10/10/2024

“Nós ingerimos o equivalente a um cartão de crédito por ano em microplásticos”, afirma o aluno João Miguel Sastre, ganhador da categoria Ciências Agrárias na 6ª FeNaDANTE, feira científica do Colégio Dante Alighieri. Microplásticos e nanoplásticos, minúsculos pedaços de plástico que medem de 0,1 a 5000 μm e de 1 a 100 μm, respectivamente. Infelizmente esses resíduos estão presentes no corpo humano e em todo o planeta. Segundo cientistas da Universidade Kyushu, no Japão, só as camadas mais superficiais dos oceanos estão contaminadas por 24,4 trilhões de microplásticos.
Determinado a apresentar uma solução para ajudar a mudar esse cenário, João Miguel desenvolveu um projeto especial para a FeNaDANTE. O estudante de 17 anos da 3ª série do ensino médio utilizou um gerador Van de Graaff para transformar energia mecânica em energia eletrostática. Depois, conectou um fio condutor a uma placa metálica que, com a energia gerada, puxa o microplástico da amostra de solo como um imã.
Os resultados indicaram uma eficácia de até 20% na remoção dos microplásticos na primeira tentativa e, depois de refazer o processo três vezes, o aluno conseguiu remover 50% do microplástico encontrado na amostra de solo. Assim, João concluiu que para eliminar a maior parte do resíduo, o processo deve ser cíclico.
O projeto RECIPLA – Removedor Cíclico de Microplásticos, recebeu o 1º lugar na categoria Ciências Agrárias da FeNaDANTE. Segundo o orientador do aluno, o professor e doutor em física Wayner Klen, “para a condução do projeto, o João teve que ir muito além dos conteúdos vistos no ensino médio regular, de forma que ele precisou demonstrar um alto de nível de autonomia para a leitura dos artigos e na condução das análises estatísticas associadas ao projeto”.
“Ele sempre foi um ótimo estudante e estava disposto a ir além do esperado para que o projeto se realizasse. Se eu fosse definir a sua trajetória em duas palavras, eu escolheria, consistência e dedicação”, conta o orientador, orgulhoso.
Estudantes de 14 a 17 anos participaram da 6ª edição da FeNaDANTE, que nasceu para divulgar e premiar pesquisas de pré-iniciação científica criadas por estudantes do 9º ano do Fundamental à 3ª série do Ensino Médio. Os projetos são divididos em 8 áreas do conhecimento. Em todas elas, o interesse por cuidar do meio ambiente esteve presente.
Entre as principais propostas dos alunos, destacaram-se projetos para a regeneração do solo e oceanos, produção de agrotóxicos a partir de cascas de alimentos e reciclagem de bitucas de cigarro. Enquanto algumas pesquisas observam o comportamento do seu objeto de estudo, outras já possuem protótipos e resultados bastante conclusivos.
Além da máquina para remoção de microplásticos do solo, outro projeto já em fase avançada foi elaborado por alunos de uma escola pública em Sergipe. Os jovens do Centro de Excelência Atheneu Sergipense foram movidos pela problemática das esponjas de cozinha: também fabricadas a partir de uma mistura de plásticos que se deterioram e escorrem pelo ralo, o grupo criou uma alternativa feita com fibra de coco.
Segundo os estudantes, o “o objetivo geral é contribuir para a conscientização sobre a gestão adequada dos resíduos plásticos e promover práticas de consumo e produção sustentáveis”. Os alunos afirmam também que as esponjas produzidas são “duráveis, anatômicas e práticas”; testes do protótipo das esponjas feitos com os funcionários da cozinha da escola apresentaram resultados positivos.
Um grupo de alunas do Instituto Jesus Eucarístico, no Rio de Janeiro, optou por atribuir uma roupagem cultural ao tema dos microplásticos. As jovens ofereceram oficinas e palestras sobre sustentabilidade; primeiro no Instituto que estudam e, depois, em outras escolas públicas do bairro do Irajá. Este projeto de conscientização tem por objetivo reverter o desequilíbrio que a ação humana causou na natureza.
Temas como reciclagem, reutilização, descarte correto do lixo plástico e produção de hortas urbanas são tratados nas formações que, segundo as alunas, utilizam materiais de baixo custo, criando uma opção viável para propostas educativas desta natureza em diferentes cenários socioeconômicos.
Muitos dos projetos desenvolvidos tiveram como foco os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030. Temas como consumo e produção sustentáveis, ações contra a mudança global do clima e a vida na água conduzem pesquisas cujo objetivo é mitigar ações humanas nocivas para o meio ambiente. A cada edição, a feira se consagra como pólo de inovação e tecnologia, premiando pesquisas que fazem a diferença no contexto social em que estão inseridas.

Fonte: CicloVivo

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