26/09/2024
Mais um dia comum transcorre em um pequeno complexo da BMW no município de Unterschleissheim, a cerca de 10 km de Munique, onde fica a sede da empresa alemã. Contudo, os funcionários aqui não fabricam carros. Fazem, na verdade, o processo inverso: desmontam veículos para fazer a reciclagem ou o reuso de seus componentes, uma rotina que causa até estranhamento a quem vê, mas parece um bocado mais divertida que uma linha de montagem. Estamos no Centro de Reciclagem e Desmontagem da BMW.
Criado em 1994, inicialmente para promover um descarte mais sustentável de protótipos de automóveis e motocicletas da companhia, o Centro de Reciclagem e Desmontagem da BMW é pequeno para os padrões de uma fábrica, porém gigante se considerarmos um modelo de negócios que ainda engatinha ao redor do mundo. Na Europa, dificilmente há empresas especializadas no tema capazes de reciclar mais do que 500 veículos anualmente. Aqui, a capacidade anual é de 10 mil.
E acredite: apesar de o processo de reciclagem automotiva ainda não ser tão difundido e demandar boa dose de esforço logístico, a montadora bávara afirma que já é possível reaproveitar até 95% dos materiais de um veículo que chega ao centro. Ali, há desde carros e motos de teste até modelos que têm registro de perda total em seguradoras, passando por aqueles que apresentaram algum defeito ou, simplesmente, um carro usado convencional que o dono resolveu trocar.
No centro, chamado RDZ na sigla em alemão, são permitidos apenas modelos de carro de luxo da própria BMW ou de suas marcas subsidiárias, como a Mini e a Rolls-Royce.
🤔 Quais partes de um carro é possível reciclar?
Na verdade, todas. O alumínio e o aço que compõem a carroceria, por exemplo, podem ser reaproveitados ad aeternum se bem separados. O mesmo vale para outros metais, alguns nobres, presentes em componentes como as fiações elétricas e sistemas de alimentação e escape. O mais difícil são os plásticos, que perdem qualidade no processo de recomposição, além dos fluidos extraídos do veículo antes de sua compactação.
Detalhe interessante é que, caso um veículo esteja em bom estado de conservação, pode ter peças como bancos, motor ou câmbio extraídas e recuperadas não para reciclagem, mas sim para reuso. A própria BMW vende componentes do tipo a donos de usados da marca que querem comprar peças originais usadas em bom estado a um custo mais acessível. Após retiradas, tais partes são tabeladas em três níveis de qualidade: A, B e C. Os preços de cada uma, obviamente, variam conforme essa classificação.
Fonte: AutoEsporte
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