26/09/2024
A Amazon, a Bayer e outras quatro empresas concordaram em comprar créditos de compensação de carbono que apoiarão a conservação da floresta amazônica no Pará, em um negócio avaliado em cerca de US$ 75 milhões (R$ 412,06 milhões). O pacote ainda inclui mais US$ 105 milhões (R$ 576,88 milhões) em créditos que serão oferecidos para outras empresas adquirirem.
Além das duas empresas, as consultorias BCG e Capgemini, a varejista de roupas H&M e a Fundação Walmart participarão da compra coletiva de 5 milhões de créditos, ao custo de US$ 15 por crédito.
Esse valor está muito acima da média da semana passada, de US$ 4,49 para créditos de carbono ligados à natureza, de acordo com o provedor de dados Allied Offsets. O total pago pelas empresas deverá cair na conta do governo paraense em outubro de 2025, segundo fontes ouvidas pela Folha.
Nesse mercado de créditos de carbono, apelidado de jurisdicional, as partes fixam uma linha de base que considera a média anual de desmatamento em um determinado período e, partir dela, criam-se créditos a cada tonelada que o estado deixar de emitir nos anos seguintes. No caso do Pará, a linha vai de 2017 a 2021.
Quando se constata queda do desmatamento anual, o governo estadual registra seus créditos em uma certificadora e conclui a venda para Coalizão Leaf, iniciativa que a Amazon ajudou a fundar em 2021 e que serve de ponte entre os estados da amazônia e grandes empresas, além de países como EUA e Reino Unido.
Exemplo: se ao final de 2024, o Pará constatar que emitiu 1 milhão toneladas a menos de carbono em relação à média anual entre 2017 e 2021, ele conseguirá vender até 1 milhão de créditos naquele ano. A venda de créditos anunciada nesta terça-feira (24) é referente à queda do desmatamento em 2023.
O acordo é o primeiro negócio da Leaf na amazônia, a maior floresta tropical do mundo, que é vital para conter as mudanças climáticas devido à enorme quantidade de gases de efeito estufa que suas árvores absorvem.
O acordo foi revelado pelo governo do Pará e pela Coalizão LEAF de forma exclusiva para a Reuters. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), deve anunciar o acordo na noite de terça-feira (24), durante a Semana do Clima de Nova York, quando cerca de 900 eventos serão realizados juntamente com a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Tem uma mensagem importante, uma companhia que tem como nome uma referência à Amazônia, está fazendo essa primeira comercialização com um estado da amazônia", disse Barbalho à Reuters.
A Amazon confirmou a compra em um comunicado, enfatizando a importância da preservação das florestas tropicais no combate às mudanças climáticas.
Embora a demanda por créditos de carbono tenha se estagnado globalmente, as gigantes da tecnologia Microsoft, Meta e Google fizeram compras de compensações no Brasil este ano.
Cada crédito representa uma redução de 1 tonelada métrica de emissões de carbono provenientes da redução do desmatamento no Pará nos anos de 2023 a 2026.
Outros 7 milhões de créditos serão disponibilizados para outras empresas comprarem. Os governos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Noruega garantiram uma parte desses créditos e os comprarão se as empresas não o fizerem.
O Pará sediará a cúpula climática COP30 da ONU no próximo ano, em uma ação que é o ponto central da tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de restaurar as credenciais ambientais do Brasil após anos de desmatamento crescente.
O Pará tem sido o principal estado em termos de desmatamento desde 2005, embora a destruição esteja diminuindo desde 2021. Uma área maior do que a cidade de Nova York foi desmatada no Pará de janeiro a agosto deste ano, uma queda de 20% em relação ao ano anterior, de acordo com dados preliminares do governo federal.
Fonte: Folha de S. Paulo
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