24/09/2024
A próspera indústria de combustíveis fósseis dos Estados Unidos continua emitindo cada vez mais metano, um dos gases que aquecem o planeta, conforme mostrou uma nova pesquisa. O aumento acontece apesar dos esforços liderados pelos EUA para incentivar outros países a reduzir as emissões globalmente.
O metano está entre os gases de efeito estufa mais potentes. "Um dos piores desempenhos em nosso estudo é o dos EUA, mesmo sendo um dos incentivadores do Compromisso Global do Metano", disse Antoine Halff, co-fundador da Kayrros, a empresa de dados ambientais que emitiu o relatório. "Esses são sinais de alerta."
Grande parte dos esforços mundiais para combater as mudanças climáticas foca na redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), que resultam principalmente da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, e cujas partículas retentoras de calor podem permanecer na atmosfera por centenas de anos.
Mas os efeitos do metano sobre o clima —que lhe renderam o apelido de "super poluente"— têm sido mais bem compreendidos recentemente, com o surgimento de tecnologias mais avançadas de detecção de vazamentos, incluindo satélites.
Ao contrário do CO2, as emissões de metano não derivam do consumo, mas sim da produção e transporte desse gás, que é o principal componente do que é comumente conhecido como gás natural.
A Kayrros focou em instalações de combustíveis fósseis, onde as práticas de "ventilação", ou a liberação intencional de grandes quantidades de metano, e "queima controlada", que é quando é queimado intencionalmente, são comuns. A Kayrros utilizou dados de satélite combinados com análise de inteligência artificial dos dados para chegar a suas conclusões.
A concentração de metano na atmosfera agora é mais de 2,5 vezes maior do que os níveis pré-industriais, e mais da metade das emissões de metano do mundo são de origem humana.
Sua presença na atmosfera se dissipa em cerca de 12 anos, um período relativamente curto, mas numerosos estudos apontam para seus efeitos de retenção de calor como sendo até 80 vezes mais fortes do que os do dióxido de carbono.
Em 2021, os Estados Unidos foram um dos primeiros signatários e promotores do Compromisso Global do Metano, que estabeleceu a meta de reduzir as emissões globais de metano de origem humana em 30% em relação aos níveis de 2020 dentro de uma década. O compromisso foi assinado por 158 países.
A legislação climática liderada pelo presidente Joe Biden, a Lei de Redução da Inflação, inclui bilhões de dólares em financiamento para estratégias de redução de emissões de metano.
O setor de combustíveis fósseis americano hoje emite menos metano por unidade de energia do que em anos anteriores. No entanto, a produção cresceu de forma tão significativa que as emissões de metano no geral aumentaram.
A China é o maior emissor mundial anual tanto de dióxido de carbono quanto de metano, e não assinou o compromisso.
John Podesta, o enviado climático dos EUA, viajou recentemente a Pequim para se encontrar com os principais negociadores climáticos da China e os dois países concordaram em co-hospedar uma cúpula sobre metano coincidindo com a principal conferência climática deste ano no Azerbaijão em novembro, aumentando as esperanças de que a China possa assinar o acordo neste ano.
Fonte: Folha de S. Paulo
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